sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Material sobre cordados - Classe Reptilia

 Classe Reptilia

 [1]

 [2]

 [3]

 [4]

 [5]

Características:

- Simetria bilateral

- Triblásticos

- Deuterostômios

- Enterocelomados

- Notocorda: mais uma vez, a notocorda do embrião forma a coluna vertebral dos espécimes, além de induzir o desenvolvimento de outras estruturas, como o tubo neural, estabelece o eixo axial do corpo, etc.

- Tubo neural: estrutura cilíndrica de origem ectodérmica presente no embrião que é a precursora do sistema nervoso central do organismo

- Fendas faringianas: presentes no estágio embrionário, as fendas faringianas, nos répteis não formam brânquias ou arcos branquiais, mas sim dão origem a uma série de estruturas da cabeça e pescoço, como mandíbulas, arcos aórticos, laringe, ossos dos ouvidos, entre várias outras. 

 [6]

 [7]

- Cauda pós-anal: uma extensão do sistema muscular, nervoso e esquelético dos cordados, a cauda é preservada na fase adulta de todos os répteis, onde assumem uma grande variedade de funções: deslocamento, equilíbrio, atacar outros animais (répteis de cauda grande, como os crocodilos, podem jogar as suas caudas contra um adversário para derrubar ou empurrá-lo, por exemplo), etc.

 [8]

 [9]

- Coração ventral: 


- Musculatura segmentada: assim como nos anfíbios, a musculatura vai ser dividida em epaxiais (ventrais) e hipaxiais (dorsais), com um grau de complexidade significativamente mais alto que nos peixes, por exemplo, onde os miômeros eram seções transversais e que apresentavam dobras características em "zigue-zague". Agora, os segmentos musculares são mais "irregulares" e "específicos", se adaptando às mudanças no sistema esquelético, que agora é provido com articulações para os membros e para a cabeça, por exemplo. 


- Endostilo: assim como nos demais vertebrados, a posição do endostilo é ocupada pelas glândulas tireoides, um importante órgão do sistema endócrino destes animais já que regula os mecanismos de crescimento e maturação. Associada às glândulas tireoides está a glândula paratireoide, um componente que aparece primeiramente nos tetrápodes, especialmente nos seres amnióticos, que precisam armazenar grandes quantidades de cálcio para a preservação do esqueleto, assim como para a confecção da casca dos ovos, que, através da deposição de substâncias minerais, reduz significativamente a chance do embrião ressecar e também o torna mais protegido contra impactos e predadores, pois faz a casca mais rígida. Para isso, a glândula paratireoide regula as concentrações de cálcio do organismo, mantendo-as em um estado de equilíbrio.

Funções das glândulas tireoide e paratireoide nos répteis [12]


- Tegumento adaptado para evitar a perda de água: células altamente queratinizadas, presença de escamas, escudos, carapaças, espinhos, e outras estruturas que tornam a pele rígida, impermeabilizam e protegem o animal. De tempos em tempos, conforme crescem, os répteis precisam se desfazer da pele antiga (muda ou ecdise). A coloração é definida por cromatóforos e as glândulas do tegumento são pouco numerosas.


Escamas de um lagarto [14]

Uma cobra fazendo a muda de sua pele [15]


- O encéfalo é pequeno em relação ao crânio e a estrutura é similar à dos anfíbios, com as diferenças sendo o tamanho maior do cérebro e do cerebelo. Os répteis exibem comportamento complexo com capacidade de resolução de problemas, aprendizado e memorização, cooperação, vivência em grupos, etc. Os sentidos são desenvolvidos, todos apresentam os cinco sentidos - visão, olfato, audição, tato e paladar. Olhos possuem glândula lacrimal e membrana nictitante, os ouvidos se localizam no interior do crânio igual como acontece nos anfíbios, os sensores táteis estão distribuídos pela pele e o olfato se dá por nervos receptores nas narinas e pelo órgão de Jacobson. 

 
"Terceira pálpebra" de um réptil [17]



Localização da membrana timpânica de alguns répteis [19]


- Os répteis possuem um esqueleto axial formado por um crânio com mandíbula e que pode ter, ou não, buracos ou fenestras no osso temporal; uma coluna vertebral, que pode ser composta por dezenas até centenas de vértebras; e as costelas, que formam uma caixa torácica. O esqueleto apendicular compreende as estruturas que sustentam e articulam os membros, que são encontrados sempre em números de quatro (dois membros anteriores e dois posteriores) com cinco dígitos cada, com a exceção sendo os ofídios (cobras, serpentes, etc.) e a cobra-de-vidro, que não têm apêndices, em conjunto com as cinturas escapular e pélvica. O sistema muscular movimenta várias estruturas do corpo, como o crânio, os olhos, a mandíbula, os membros, etc. e também participa nas funções de outros sistemas, como respiração, digestão, excreção, reprodução, entre outros. A segmentação dos músculos é bem definida, com a divisão entre músculos hipaxiais e epaxiais ficando cada vez mais ramificada e específica conforme os músculos apendiculares vão se tornando mais proeminentes que os músculos axiais para realizar a locomoção através dos membros. 



Diferentes tipos de crânios entre os vertebrados amnióticos. A classificação é feita com base no número e na posição das fenestras temporais [22]


- A maioria dos répteis tem coração com três câmaras: dois átrios e um ventrículo levemente dividido. A circulação nestes seres é fechada, dupla e incompleta. Os répteis crocodilianos (crocodilos, jacarés, aligátores, etc.) têm o ventrículo bipartido, então têm coração de quatro câmaras, fazendo a circulação fechada, dupla e completa (não ocorre mistura de sangue desoxigenado e oxigenado) e têm um mecanismo circulatório para quando se submergem, desviando o sangue dos pulmões para o estômago, ajudando na digestão. Os répteis são animais pecilotérmicos/ectotérmicos, portanto não conseguem regular a própria temperatura corporal e precisam ficar expostos ao sol para se manterem aquecidos e 

Coração de três câmaras dos répteis [23]


Coração de quatro câmaras dos crocodilianos [24]


- Os répteis fazem principalmente respiração pulmonar. Os pulmões apresentam ramificação na forma de alvéolos que expandem a área de contato com os capilares sanguíneos, tornando a oxigenação do sangue mais eficiente. Para a ventilação, os répteis expandem o volume da cavidade torácica, inalando o ar com oxigênio, e reduzem esta cavidade para exalar o ar com gás carbônico. Alguns répteis fazem esta ventilação por meio de um diafragma, uma estrutura também encontrada nos mamíferos.

Comparação entre os pulmões dos anfíbios, répteis e mamíferos [25]


Ventilação pulmonar dos répteis [26]


- A excreção é feita por um par de rins metanéfricos, estruturas formadas por glomérulo, cápsula de Bowman e um conjunto de dois túbulos: túbulo proximal e túbulo distal, que encaminham os resíduos filtrados do sangue até os ureteres. Os filtrados se acumulam em uma bexiga urinária que, por sua vez, abre na cloaca. O tubo urinário dos répteis é separado dos canais reprodutivos e a posição e formato dos órgãos excretores variam mas costumam ser encontrados na região posterior da cavidade abdominal e fixado à porção dorsal do corpo, muitas vezes achatado contra o tegumento rígido. Dependendo do ambiente, o réptil pode excretar amônia (excreção amoniotélica) ou ácido úrico (excreção uricotélica). 

Esquema generalizado dos sistemas reprodutor e urinário dos Amniota (répteis, aves e mamíferos) [27]

C1 e C2: rins de uma cobra [28]


- Todos os répteis são dioicos e ocorre dimorfismo sexual determinado por fatores como coloração e tamanho. O sistema reprodutivo masculino é formado por um par de testículos e dutos deferentes que desembocam no urodeu, a abertura para os tubos reprodutivo e excretor da cloaca. Já o sistema feminino é formado por um par de ovários saculiformes que liberam os óvulos em ovidutos que se encontram em um útero que abre para a cloaca. As fêmeas também costumam apresentar um receptáculo onde guardam os espermatozoides para fecundar os seus óvulos depois e, no caso dos espécimes ovíparos, possuem glândulas que secretam os componentes do ovo amniótico (cálcio, albumina, etc.). Quase todos os machos possuem um órgão copulador que inserem na fêmea para fazer a fecundação interna. Não acontece fecundação externa nos répteis e o desenvolvimento é sempre direto. O advento do ovo amniótico trouxe novas possibilidades de habitat para os vertebrados, que, agora, não estavam limitados à proximidade da água tal como os anfíbios. Assim, puderam explorar o ambiente terrestre mais adentro, o que, aliado ao tegumento reforçado, aos sentidos aguçados e às estratégias de predação mais eficientes, fizeram dos répteis um dos maiores sucessos evolutivos do reino animal, tanto que muitas espécies, como os crocodilos, preservaram boa parte dos traços que tinham há milhões de anos.




- O tubo digestório é bastante parecido com o dos demais vertebrados, sendo constituído por boca, faringe, esôfago, estômago, fígado, pâncreas, intestino delgado, intestino grosso e reto. Observam-se especializações na boca, onde algumas espécies, no local de glândulas salivares desenvolveram glândulas de veneno para paralisar presas e/ou espantar predadores; línguas pegajosas que podem ser projetadas para capturar pequenos animais; ausência de lábios; boca desprovida de dentes formando um bico queratinoso nas tartarugas, entre outras. Os répteis têm principalmente hábitos carnívoros, com algumas poucas espécies sendo herbívoras ou onívoras.



Camalões conseguem usar as suas línguas compridas para pegar presas igual aos sapos fazem [34]


As tartarugas e seus "próximos" têm um bico bastante resistente no lugar de dentes [35]

- Os répteis são classificados em quatro ordens: Squamata, que inclui cobras, lagartos e lagartixas; Crocodillia, com os jacarés, crocodilos e aligátores; Rynchocephalia, as tuataras; e Chelonia, que inclui tartarugas, cágados e jabutis.




Sistema tegumentar:

Na mudança do ambiente mais aquático dos anfíbios para o terrestre dos répteis, os últimos desenvolveram uma série de mudanças que os fizessem mais adaptados aos seus novos habitats. Dentre estas alterações, inclui-se a formação de um epitélio de revestimento mais espesso e rígido para minimizar a perda de água por vaporização. A pele dos répteis caracteriza-se, então, por ser uma estrutura bastante rígida e densa, formada por várias camadas de tecido queratinizado e, também, com anexos que contribuem para esta rigidez e a manutenção da umidade interna. Assim como nos demais vertebrados vistos até então, os répteis têm uma pele formada pelas três camadas principais: epiderme, derme e hipoderme, porém a epiderme destaca-se por ser bastante complexa nestes animais. 

A epiderme segue formada por tecido epitelial e apresenta as camadas do estrato córneo, mais externo, compacto, morto e resistente, e o estrato germinativo, onde o tecido ainda está vivo e constantemente faz mitose para gerar novas células para preencher a epiderme, fazendo uma "migração" para as camadas superiores, sendo achatadas e queratinizadas no processo. Entre estas duas estruturas alternam-se duas camadas de constituição semelhante: uma camada mais externa de beta-queratina e uma mais interna de alfa-queratina. Juntas, estas camadas contribuem para uma maior impermeabilização da pele. A epiderme dos répteis também apresenta outro importante anexo que também participa do mecanismo de impermeabilização: as escamas. 

As escamas consistem em dobras no tecido epidérmico (e não na derme, como nos peixes) que formam mais um complexo sistema para conter a água dentro do corpo, assim como constitui uma barreira de defesa para micróbios e predadores em vários espécimes. As escamas podem ser pequenas e formar uma pele sem muitas protuberâncias, como nos gecos e lagartixas, ou podem ser grandes e sobrepostas umas as outras, criando uma pele de aparência "rugosa", como nos lagartos e ofídios, que podem, também, ser recobertos por cristas e pequenos "chifres". Crocodilianos e quelônios, por sua vez, possuem ainda uma camada de escudos, estruturas de origem dérmica que se sobrepõem às escamas e formam uma armadura muito resistente que protege ainda mais o organismo, formando, por exemplo, espinhos e carapaças na superfície destes animais. 



Os répteis apendiculados costumam ter outro anexo da pele importante em suas patas: garras, estruturas curvadas e afiadas de queratina que podem ser usadas para atacar e dilacerar outros animais e ajudam na locomoção ao fixar o réptil a alguma superfície, como o solo ou o tronco de uma árvore. 

Embora a pele seja, em maior parte, compacta e bem aderida aos tecidos muscular e ósseo dos répteis, em algumas partes ela está mais frouxa, como no "papo" dos répteis, onde forma uma membrana que pode ser facilmente expandida, tendo uma função importante para as relações de cortesia, pois faz o réptil parecer maior do que realmente é, atraindo fêmeas e impõe medo/respeito aos outros machos.

 [41]

 [42] 

Os répteis precisam realizar a mudança da pele de tempos em tempos para remover os micróbios acumulados nesta camada, assim como para permitir o crescimento. Algumas espécies, como os lagartos, removem a pele antiga em pequenos pedaços e os ingerem de volta para reaproveitar os seus componentes, já os ofídios costumam se desfazer da pele antiga inteira em uma única peça. 

 [1]

 [2]

A derme e a hipoderme dos répteis é, então, parecida com a dos demais vertebrados, compostos, respectivamente, por tecidos conjuntivos e adiposo. 

A derme também contém as células responsáveis pela coloração dos répteis, os cromatóforos, que, em algumas espécies como os camaleões, são capazes de mudar conforme o réptil se sente ameaçado ou deseja atrair uma parceira. Além disso, a coloração pode ser alterada de acordo com o período do dia ou o tipo de terreno onde o animal se encontra para melhor se misturar e, assim, evitar predadores. Quando está de noite, por exemplo, podem liberar grandes quantidades de melanina em suas células para tornar a pele mais escura e, assim, se disfarçar na escuridão. As cores também podem ajudar na termorregulação, já que certos tons conseguem absorver mais raios luminosos que os outros, o que é um mecanismo importante para os répteis, tendo em vista que dependem muito da absorção do calor externo para manter o corpo aquecido e os seus sistemas em funcionamento.

 [3]

Sistema nervoso e sensorial:

O sistema nervoso dos répteis é similar ao dos peixes e anfíbios: formado por um encéfalo segmentado em três regiões - encéfalo anterior, prosencéfalo; encéfalo médio, mesencéfalo; e encéfalo posterior, rombencéfalo; e uma medula espinhal para o sistema nervoso central e um conjunto de nervos craniais e espinhais para o sistema nervoso periférico. O encéfalo está contido no crânio e é envolvido por duas camadas de meninges: a pia-máter interna e a dura-máter externa, a área entre elas sendo o espaço subdural preenchido pelo fluido cerebrospinal. O encéfalo anterior ou prosencéfalo subdivide-se em  uma região mais anterior, o telencéfalo e uma região posterior, o diencéfalo. O telencéfalo compreende os bulbos olfativos e seus tratos olfativos por meio dos quais se conectam aos hemisférios cerebrais, o outro componente do telencéfalo. Nos répteis observa-se o aumento da complexidade do telencéfalo em relação às outras regiões do encéfalo, o que vai se consolidar mais adiante nas aves e mamíferos, onde esta porção ocupa o maior volume do encéfalo como um todo. Os hemisférios cerebrais, por sua vez, apresentam uma subdivisão em três regiões: córtex lateral, médio e dorsal. O córtex lateral compreende o sistema olfativo do cérebro, onde serão processadas as informações captadas por este sentido; o córtex médio abrange o hipocampo, que regula a memória e aprendizado dos répteis, observado, por exemplo, em espécimes como os da família das tartarugas, que conseguem retornar para as praias onde nasceram após vários anos; e o córtex dorsal, que recebe estímulos dos demais órgãos sensoriais. No diencéfalo encontram-se epitálamo, tálamo e hipotálamo. O epitálamo está associado ao olho pineal, que, mais uma vez, regula o ciclo do sono dos organismos e, nas tuataras, também atua como um "terceiro olho" funcional, com lente, retina e nervo ligado ao cérebro. O tálamo é um centro de transmissão e retransmissão dos sinais enviados pelos órgãos dos sentidos para o cérebro e vice-versa. Por fim, o hipotálamo regula a homeostase do corpo (diversas funções, como controle da temperatura, pressão sanguínea, comportamento sexual, fome...) e liga-se à glândula pituitária, que controla o sistema endócrino. O mesencéfalo tem como estruturas mais predominantes os tectos ou lobos ópticos. O rombencéfalo se subdivide em metencéfalo e mielencéfalo. Do metencéfalo se estruturam a ponte e o cerebelo, que é maior que o encontrado nos anfíbios porém ainda rudimentar, responsável pela coordenação das funções motoras, do equilíbrio e da orientação do organismo, estas duas últimas funções providenciadas pelos ouvidos. E o mielencéfalo constitui o bulbo, uma ligação entre o encéfalo e a medula espinhal. A medula espinhal é o segundo componente principal do encéfalo e consiste em uma estrutura tubular que se estende pela porção dorsal do corpo até a cauda enquanto é protegida pelos arcos neurais das vértebras. Os répteis possuem doze conjuntos de nervos craniais assim como as aves e mamíferos, estes nervos, como o nome indica, estão contidos no crânio e percebem estímulos aplicados sobre a cabeça do animal, como sons, toque, cheiros, entre outros, assim como comandam a movimentação dos músculos da mandíbula, olhos, língua, etc. A configuração dos nervos, espinhais é parecida com a dos anfíbios: cada conjunto tem uma ramificação dorsal, que carrega mensagens sensoriais, e uma ventral que carrega mensagens motoras.

 [4]

A visão é um dos principais sentidos dos répteis, sendo um dos mais aguçados e precisos. Os olhos são parecidos com o dos mamíferos mas diferem por terem um formato predominantemente de "fenda vertical" e por apresentarem uma estrutura interna que reflete luz, o tapetum lucidum, permitindo uma visão noturna que torna a caça durante este período do dia possível. Os olhos podem estar bem contidos dentro de suas cavidades no crânio ou serem protuberantes, como nos camaleões, que se destacam por ter uma mobilidade muito elevada em relação aos demais répteis, com os camaleões conseguindo movimentar cada olho em diferentes posições separadamente, ampliando o campo de visão de maneira significativa. A visão dos répteis consegue perceber cores e, inclusive, tem um alcance maior que muitos mamíferos, enxergando radiação infravermelha (calor), por exemplo. Os olhos também têm duas pálpebras principais, além de uma terceira pálpebra (herança dos anfíbios) para lubrificá-los quando no ambiente terrestre e protegê-los quando submersos. A glândula lacrimal é especializada nos répteis, também atuando como uma estrutura excretora que elimina sais em excesso.


 [5]

 [6]

O olfato também é bastante desenvolvido. Os répteis conseguem perceber cheiros inalando substâncias voláteis presentes no ar através de suas narinas ou através do órgão de Jacobson encontrado, por exemplo, nos ofídios. O mecanismo olfativo dos ofídios como as cobras, serpentes explica um comportamento bastante conhecido destes animais, que é o de colocar a língua para fora. Ao exibir a língua e movê-la de cima para baixo, os ofídios capturam moléculas suspensas no ar nas pontas da língua e, ao retrai-la, levam estas moléculas para dentro da boca. Esfregando a ponta da língua no órgão vomeronasal (ou órgão de Jacobson), localizado no céu da boca, estas moléculas excitam as células nervosas do órgão, criando impulsos nervosos que são conduzidos ao cérebro, que as interpreta como uma forma de "cheiro" (ou, também, pode ser compreendido como um "paladar", já que associa um órgão comumente relacionado a este sentido, a língua, à percepção química de alimentos e líquidos). A audição tem uma estrutura que remeta a dos anfíbios, composta por ouvido médio e interno sem um ouvido externo. O ouvido médio é formado pela membrana timpânico (que, similarmente aos anfíbios, é visível em alguns espécimes como um "disco" atrás dos olhos) e um único osso, o estribo, que é movimentado pelas vibrações do ar, transmitindo estas vibrações ao fluido do ouvido interno, estimulando as papilas sensoriais, que enviam impulsos ao cérebro, que os interpreta como sons. A vocalização nos répteis não é muito comum, mas pode ocorrer, por exemplo, em espécies com cuidados parentais, onde o chamado dos filhotes em situação de perigo/medo pode chamar a atenção dos pais para protegê-los, ou por indivíduos machos para sinalizar território, localizar parceiras, etc.


 [7]

 [8]

 [9]

Sistema esquelético e muscular (locomoção):

Os sistema esquelético e muscular dos répteis compreendem as estruturas de sustentação e proteção dos órgãos internos, permitem a realização do deslocamento pelos meios aquático e terrestre, a contração e relaxamento dos tratos respiratório e digestório, os batimentos cardíacos, entre várias outras funções. O esqueleto é praticamente o mesmo dos anfíbios, constituído por um esqueleto axial formado pelo crânio, pela coluna vertebral e pelas costelas e o esqueleto apendicular para os membros peitorais e pélvicos. Os músculos, por sua vez, passam por aquela segmentação característica apresentada desde os peixes em músculos epaxiais e hipaxiais, sendo que cada uma destas vertentes está, agora, ainda mais ramificada e dividida em diferentes tipos de feixes musculares para a realização de movimentos específicos. 

Analisando o sistema esquelético, nota-se a ocorrência de crânios fenestrados, ou seja, os crânios dos répteis apresentam grandes orifícios simétricos localizados no osso temporal, um osso que compõe a região posterior do crânio. Este traço é uma das várias características que vêm com os animais amnióticos (répteis, aves e mamíferos) e acredita-se que a função destes orifícios seja de tornar o crânio mais leve e, ao mesmo tempo, fazer a mandíbula uma estrutura ainda mais potente, servindo como ponto de apoio para os seus músculos, permitindo uma abertura maior para a boca. 

Com base na presença ou não e no número de aberturas presentes no crânio, os Amniota podem ser classificados em diferentes grupos: os Anapsida incluem os amnióticos sem fenestras temporais, dentre eles quelônios como as tartarugas e jabutis; os Synapsida, que contém somente uma abertura atrás das órbitas oculares, abrangem os descendentes de répteis que deram origem aos mamíferos e os mamíferos; os Euryapsida, que também têm só uma abertura, esta ocupando uma posição mais superior no crânio que nos Synapsida, incluem um conjunto de répteis já extintos; e, por último, os Diapsida, que apresentam duas fenestras temporais e incluem as demais ordens dos répteis (Crocodylia, Squamata e Rhynchocephalia).

 


Crânio de tartaruga marinha - sem fenestras temporais (Anapsida) [48]

Crânio de tuatara - duas fenestras temporais (Diapsida) [49]

O crânio está articulado à coluna vertebral por meio de um único côndilo, uma protuberância do osso occipital que se associa à primeira vértebra, o atlas, permitindo o movimento da cabeça. Outro aspecto característico do crânio é que algumas espécies têm uma mandíbula mais flexível que outros vertebrados, especialmente nas serpentes. A mandíbula inferior das serpentes, por exemplo, é composta, na verdade, por duas peças laterais separadas que se mantêm unidas simplesmente por por ligamentos elásticos. Além disso, o osso quadrado, que liga a mandíbula inferior à parte superior do crânio, também é uma estrutura comprida e consideravelmente flexível/móvel. A combinação entre estes dois fatores permite que as serpentes e outras espécies próximas a elas consigam atingir uma abertura oral muito maior do que parecem ter à primeira vista, possibilitando ingerir animais grandes inteiros, como peixes, anfíbios, outros répteis, aves e até mamíferos. 




A coluna vertebral é composta por dezenas de segmentos, as vértebras, que podem ser classificadas de acordo com a posição que ocupam em relação ao corpo: cervical, as vértebras do "pescoço" que permitem a articulação da cabeça; torácica, que compreende as vértebras geralmente providas de costelas; lombar, entre as vértebras torácicas e sacrais; sacro e as vértebras caudais. O número de vértebras de cada tipo varia entre os diferentes grupos de répteis: nos répteis ofídios, por exemplo, existem centenas de vértebras, todas elas providas de costelas (sem formar uma caixa torácica devido a ausência do osso esterno) exceto com as vértebras da cauda e as vértebras cervicais. 


Por causa da musculatura intercostal e hipaxial bem desenvolvida destes espécimes, a locomoção feita por meio de ondulações do corpo para compensar a falta de membros apendiculares (os esporões encontrados em alguns ofídios são vestígios destes braços e pernas e podem até ajudar no deslocamento). 


Os ofídios apresentam quatro métodos distintos de locomoção: serpentino, o mais comum, é quando o animal se desloca fazendo ondulações laterais em formato de "S" que se repetem continuamente; concertina, mais adequado para locais apertados, acontece quando a cobra faz várias dobras que ocupam um espaço pequeno e as estendem, impulsionando corpo para a frente; alças laterais, favorável para solos escorregadios, como nas areias do deserto, ocorre quando o animal mantém o corpo ondulado e com apenas alguns pontos de contato com o solo, assim, conforme as ondulações são feitas, estes pontos de contato se alternam de modo que o animal se desloca "inclinado" para as laterais e não inteiramente para a frente; e retilíneo, que lembra o movimento de minhocas e lesmas, é feito pelos ofídios maiores como uma forma de preservar energia e ocorre quando os músculos do ventre contraem e relaxam, erguendo uma parte do corpo e a deslocando para a frente, onde se ancora e puxa as partes posteriores, provocando a movimentação do organismo.


Os demais répteis se movimentam se arrastando pelo substrato utilizando suas "patas" com cinco dígitos cada que geralmente são dotados de garras. Nestas espécies, o esqueleto axial é complementado pela presen    ça de um par de costelas por cada vértebra que se une em um osso esterno, formando uma caixa torácica que protege órgãos como o coração e os pulmões, além de ser um agente na respiração por aplicar pressão contra os pulmões quando contraídos, por exemplo. 

Os membros anteriores, os "braços" são articulados por uma cintura escapular e são formados por um conjunto de ossos similar ao dos mamíferos: úmero, rádio e ulna, carpos, metacarpos e falanges. Já os membros posteriores, as "pernas" são articulados à bacia ou cintura pélvica (ílio, ísquio e púbis) e são formados por fêmur, tíbia e fíbula, tarsos, metatarsos e falanges. 


A movimentação quadrúpede de muitos destes répteis ainda requer, de certa forma, a realização de ondulações laterais que demandam a contração de músculos de lados opostos do corpo (e, no caso do deslocamento debaixo da água, da cauda). Este método de movimentação impõe certas restrições ao deslocamento destes animais, eles podem andar a um ritmo tranquilo sem problema mas, ao correrem, podem perturbar a respiração, já que os músculos usados para a locomoção também são usados para realizar a contração e relaxamento da caixa torácica, o que faz com que muitos tenham que fazer pequenas paradas após percorrer certas distâncias para respirar. 


Com isto, algumas espécies de répteis, especialmente entre os "lagartos", desenvolvessem uma estratégia de locomoção que envolvessem pequenas "explosões" de velocidade para aproveitar o ar dos pulmões ao máximo enquanto, ao mesmo tempo, suspenderiam a respiração. Para melhor explorar este mecanismo, vários destes lagartos utilizam uma locomoção bipedal, como por exemplo os basiliscos, que são muito conhecidos por serem capazes de correr por superfícies de água graças à velocidade que alcançam em conjunto com as membranas interdigitais de suas patas. Este fato aponta o surgimento do bipedalismo nos vertebrados pela primeira vez nos répteis, o que seria difundido, também, em várias espécies de dinossauros, que dariam origem a um clado de seres exclusivamente bípedes, as aves. 


O esqueleto dos quelônios se destaca bastante quando comparado aos demais répteis. Espécies como as tartarugas, jabutis e os cágados formam uma casca que muitos consideram ser uma estrutura "separada" do corpo do animal mas que, na realidade, faz parte deles, sendo o resultado da fusão de uma série de ossos, dentre elas as cinturas, costelas e as vértebras, formando uma carapaça enorme que abre uma grande cavidade corporal interna para guardar os seus órgãos. Esta casca pode ser dividida em duas partes: a carapaça, a porção dorsal resultante da fusão entre as cinturas pélvica e escapular, as costelas e a coluna vertebral; e o plastrão, a porção ventral. Além dos ossos, as duas faces da casca dos quelônios são recobertas por um conjunto de escudos epidérmicos que podem assumir diferentes padrões, desenhos e colorações. Estes escudos também passam por processo de ecdise assim como a pele dos outros répteis. Os quelônios, aliás, conseguem usar as suas cascas para se protegerem escondendo os seus membros, cauda e cabeça, dentro delas, assim como também podem projetar estas estruturas para fora, revelando os seus pescoços longos. 



As espécies marinhas têm membros diferentes de seus parentes terrestres, já que possuem membros mais achatados no formato de nadadeiras, uma estrutura mais adequada para o nado, que fazem movimentando estas nadadeiras (não dependem das ondulações laterais do corpo). Com estas adaptações, as tartarugas marinhas "sacrificam" a sua proteção pois não podem retrair seus membros para dentro da casca como fazem as espécies terrestres.



Sistema circulatório e respiratório:

A circulação da maioria dos répteis lembra, de certa forma, a dos anfíbios por causa da configuração do coração e a "rota" que o sangue faz ao longo do corpo. O coração da maioria dos répteis, incluindo os membros das ordens Squamata, Rhynchocephalia e Chelonia, é formado por dois átrios - direito e esquerdo e um ventrículo com um uma leve segmentação que ajuda a separar os dois tipos de sangue que nele são depositados. Nestes répteis, o sangue venoso oriundo da circulação sistêmica é levado ao seio venoso (uma das câmaras que compunha o coração dos vertebrados mais primitivos e os peixes, e que, nos répteis, consiste em uma câmara que está dorsal em relação ao átrio direito e coleta o sangue de várias veias), que desemboca no átrio direito, enquanto o sangue arterial vindo da circulação pulmonar (onde os vasos sanguíneos passam pelos pulmões para realizar as trocas gasosas) é depositado no átrio esquerdo por meio das veias pulmonares. 

Com a contração dos átrios, os seus conteúdos são liberados no ventrículo, que é, por sua vez, subdividido em três partes diferentes: cavum venosum, cavum arteriosum e cavum pulmonale. Desta maneira, o sangue venoso do AD é descarregado no cavum venosum e o sangue arterial do AE no cavum arteriosum, ficando distinguidos por um pequeno septo vertical. Em seguida, o ventrículo vai se contrair de modo que o sangue venoso localizado no CV passe para o CP, atravessando um pequeno espaço delimitado por um extenso septo muscular, e, em seguida, seja enviado para as artérias pulmonares, onde será enriquecido com sangue. Enquanto isso, o sangue arterial do CA vai ser empurrado para o CP, onde pode se misturar com um pouco de sangue desoxigenado e, depois, é levado para os arcos aórticos, entrando na circulação sistêmica. Por meio da estrutura mais complexa do coração, os répteis tricamerados conseguem garantir que cada tipo de sangue esteja em uma posição dentro do coração diferente do outro, assim, reduzindo (porém não eliminando) a mistura do sangue, fazendo a circulação mais eficiente. 



Este problema foi solucionado nos crocodilianos, que apresentam o primeiro coração de quatro câmaras nos vertebrados, completamente dividindo o ventrículo em duas câmaras distintas tal como o átrio. O circuito é o mesmo, só com a diferença de que, agora, o sangue venoso tem o seu "próprio" ventrículo e circula sem entrar em contato com o sangue arterial. Outras modificações apresentadas pelo coração dos crocodilianos é uma "ponte" conectando duas artérias que direcionam à circulação sistêmica, uma saindo do ventrículo esquerdo e a outra saindo do ventrículo direito. Em situações de normalidade, o forame fica fechado de modo que somente o sangue arterial vai passar por estas artérias, garantindo que o corpo vai receber o sangue adequado. Já em casos onde o fornecimento de oxigênio é baixo, como quando o crocodiliano se submerge na água e fica estacionário esperando por uma presa, o forame é aberto, permitindo que o sangue do ventrículo direito entre na corrente sanguínea sistêmica, desviando-o da circulação pulmonar que, afinal de contas, não tem muito uso para o animal submerso. Desta maneira, a circulação sistêmica se torna uma mistura de sangue oxigenado e desoxigenado, o que se apresenta, por mais que a princípio não pareça, uma ferramenta que ajuda estes animais. Com o desvio do sangue venoso para o tubo digestório, os tecidos estomacais passam a receber mais gás carbônico, o que favorece a produção de ácidos para a digestão. Durante a submersão, o metabolismo do crocodiliano fica reduzido para diminuir o consumo de oxigênio e, também, para tornar o animal mais imóvel e, assim, não espantar nenhuma presa. No momento em que as reservas de oxigênio começam a se exaurir ou o crocodiliano precisa se movimentar, este ciclo é interrompido e a circulação regular é reiniciada.


 [64] 

Como são animais ectotérmicos, os répteis são desprovidos de mecanismos para controlar a sua temperatura corporal, o que é influenciada diretamente pela temperatura do meio em que se encontram. Desta maneira, as atividades metabólicas dos répteis dependem de o quão quente ou frio está o local que habitam, ou seja, caso as temperaturas estejam muito baixas, o espécime pode diminuir a sua velocidade ou permanecer por extensos períodos de tempo parado em um local mais ensolarado, por exemplo, para que possa manter o seu metabolismo. O contrário também acontece, pois, em uma situação onde as temperaturas estão muito altas, o réptil pode sobreaquecer e perder água mais rápido. Para evitar que isso ocorra, muitos procuram um local sombreado, entram debaixo da água ou, até mesmo, se enterram. 

 [14]

Os répteis também praticam uma forma de hibernação durante as épocas frias, a brumação, onde permanecem um estado de "dormência" onde procuram um abrigo que os isole termicamente (cavernas, buracos, troncos, etc.), e reduzem as suas atividades metabólicas, conservando as suas energias até acabar a estação, e algumas espécies fazem o mesmo, só que para períodos de temperaturas elevadas, a estivação. 




Como outra importante adaptação dos répteis para o ambiente terrestre, estes seres também apresentaram uma separação com o meio aquático por meio da adoção da respiração pulmonar como o principal meio de obtenção de gás oxigênio para os seus tecidos em detrimento da respiração branquial predominante nos peixes e da respiração cutânea dos anfíbios que demanda uma constante umidificação da pele. 

A "separação" com estes tipos de respiração já pode ser observado no desenvolvimento embrionário, onde as fendas faringianas, que nos vertebrados não amnióticos constituíam os arcos branquiais, agora formam estruturas ósseas da cabeça e do pescoço somente. Em relação aos anfíbios, o sistema pulmonar avançou no que diz quesito à sua complexidade, com uma maior ramificação interna. 

O trato respiratório começa na cabeça com um par de aberturas externas, as narinas, que, em algumas espécies, ficam localizadas em uma posição superior, assim, quando o réptil se submerge na água, as narinas permanecem expostas, garantindo a ventilação. 

O ar entra pelas narinas, passa pelas cavidades nasais e desemboca na cavidade oral por meio das narinas internas localizadas no céu da boca. Em seguida, o ar passa pela faringe, que se bifurca em laringe, que faz parte do tubo respiratório, e esôfago, que é do sistema digestório. Por meio de uma "válvula", a glote, o tubo respiratório pode ser bloqueado quando o animal ingere um alimento e abre para permitir a passagem do ar fora desta condição. A laringe leva o ar para a traqueia, um tubo sustentado por vários anéis cartilaginosos que fazem a estrutura mais rígida e preservam o seu formato; A traqueia bifurca-se em dois brônquios, um para cada pulmão. 

A parede dos pulmões são formados por várias câmaras em formato de favos de mel que atuam como espécies de alvéolos, já que contêm as redes de capilares sanguíneos por meio dos quais são feitas as trocas gasosas, expandindo a área de contato entre estes vasos e o ar inalado. 

Para o mecanismo de ventilação, os répteis empregam o mesmo princípio dos anfíbios: expandem o volume dos pulmões para "puxar" o ar para dentro e, depois, reduzem este volume para "expulsar" o ar. O desenvolvimento de uma caixa torácica em conjunto com a musculatura para estes ossos (além do diafragma em certas espécies) tornou este mecanismo mais eficiente pois os ossos da costela ajudam a aplicar pressão sobre os pulmões, os comprimindo. Nem todos os répteis, no entanto, apresentam as estruturas necessárias para fazer este tipo de respiração, como as tartarugas, que têm as costelas fundidas à sua carapaça e, então, não podem usá-las como uma força contra os pulmões, dependendo da ação de outros músculos do tronco para fazê-lo, e algumas espécies de répteis menores, que fazem uma forma de bombeamento bucal, só que com a garganta.


Sistema excretor:

Os rins metanéfricos aparecem no adulto como um traço característico dos Amniota, sendo o tipo de órgão excretor mais avançado do reino Animal. O rim se desenvolve atrelado à parede corporal dorsal e constitui, geralmente em um órgão achatado cujo formato pode ser alongado ou um pouco arredondado, tendendo ao formato típico encontrado nos mamíferos. As excreções são filtradas e coletadas nos rins e enviadas através de ureteres para a cloaca (podendo passar por uma bexiga urinária no caminho) através da qual são eliminadas do corpo.

O funcionamento dos rins atende às necessidades específicas de cada grupo dependendo de seus hábitos. Espécies que passam a maior parte do tempo no meio terrestre sofrem o efeito da evaporação da água e precisam repor este líquido por meio do consumo de alimentos e da ingestão de água em si. Outro método que pode ser usado para a reposição da água é simplesmente através de uma maior absorção da substância durante a filtração do sangue pelos rins. Com isto, a excreção dos animais terrestres acaba concentrando mais substâncias tóxicas e/ou em excesso, como sais e íons, porém, por não serem capazes de produzir excretas mais concentradas que o seu sangue, não conseguem remover todos estes componentes simplesmente pelos rins e, para complementar esta função, apresentam glândulas especializadas na secreção de sais que são geralmente encontradas na cabeça, como nos olhos (glândulas lacrimais), na língua (glândula sublingual) e nas narinas, por meio das quais podem "espirrar" os sais concentrados. 


  [16]

Em virtude da necessidade de conservar água, a excreção dos répteis terrestres é predominantemente na forma de ácido úrico, que forma uma pequena massa sólida branca que se deposita na água, configurando excreção uricotélica. Os animais que passam mais tempo no meio aquático, como os crocodilianos e alguns quelônios, sofrem menos com a perda de água e, assim, não têm um problema tão grande com a retenção de água no corpo. Desta maneira, estes seres podem dispensar mais água no processo de filtração dos rins, removendo as suas excreções na forma de amônia (excreção amoniotélica), que se dissolve muito bem na água, tal como ácido úrico.





Reprodução:

A reprodução, nos répteis, é definida pelo dioicismo, a predominância da reprodução sexuada, o desenvolvimento e fecundação sempre direto e interna, respectivamente, e a preferência por uma estratégia ovípara para o crescimento dos embriões. 

O sistema reprodutivo dos machos e fêmeas são parecidos um com o outro, seguindo a configuração básica de testículos/ovários, dutos deferentes/ovidutos e cloaca. Apesar disso, alguns aspectos diferem o sistema reprodutivo destes seres em relação aos demais, como, por exemplo, o fato de não compartilharem estruturas com o sistema excretor, algo observado em vertebrados como os peixes e os anfíbios, apesar de tanto o trato reprodutivo quanto o urinário desembocarem na cloaca, podendo haver uma mistura entre os seus produtos. 


Quase todos os répteis, ao fazer fecundação interna, apresentam órgãos especiais contidos na cloaca e que são revelados durante o processo copulatório para garantir que a inseminação da fêmea ocorra. Desta maneira, todos os espécimes machos, com a exceção das tuataras, possuem um pênis (que pode ser uma estrutura única, como nos quelônios e crocodilianos, ou uma estrutura bifurcada, os hemipênis de répteis da ordem Squamata). Os integrantes da ordem Rhynchocephalia não possuem este tipo de órgão e, como consequência, realizam a fertilização posicionando as suas cloacas próximas uma da outra. Diferentemente do órgão copulador dos mamíferos, este, nos répteis, tem função apenas de ser uma estrutura somente reprodutiva, ou seja, não pode ser usada para aumentar a remoção de excretas do corpo. 

Hemipênis de uma cascavel [78]

Uma das maiores mudanças trazidas pelos répteis, não só em relação a um grupo específico como os anfíbios ou peixes, mas como para o reino animal como um todo, foi o desenvolvimento de um ovo amniótico que tornou o embrião mais protegido contra impactos e o ressecamento diante do afastamento em relação à água, contribuindo para que uma grande variedade de espécimes se desenvolvessem pela terra firme. 

O ovo amniótico é formado pela combinação de várias camadas e componentes que auxiliam na função de proteger o ovo e fornecê-lo nutrientes e substâncias necessárias para o seu desenvolvimento, assim como realizar algumas de suas funções vitais enquanto este ainda não têm seus respectivos órgãos prontos. A camada mais externa do ovo é a casca em si. A casca é formada principalmente por cálcio, o que a torna um tanto rígida e impermeável para o meio externo, o que, mesmo assim, não impede o transporte de substância para dentro ou fora do ovo, como por exemplo as trocas gasosas que mantêm o filhote vivo. Nem todos os ovos de répteis são inteiramente "firmes" como os das aves, já que algumas espécies de crocodilianos, quelônios e gecos possuem ovos mais rígidos que precisam ser quebrados para que os novos indivíduos consigam sair de dentro deles, enquanto os ovos dos outros répteis, incluindo lagartos, serpentes e rincocéfalos, têm uma consistência mais mole e enrugada como se fosse uma espécie de couro, sendo, portanto, uma casca mais fácil de ser rompida pelo indivíduo nascido. Conforme o processo de desenvolvimento vai se desenrolando, o embrião absorve parte do cálcio que forma a casca principalmente para estruturar o seu sistema esquelético, de modo que, quando estiver pronto, a casca vai estar muito menos resistente que originalmente era, facilitando a saída do filhote. 

Filhotes de píton-real (ball python) saindo de seus ovos. Repare como os ovos não estão rachados mas parecem, na verdade, "amassados", demonstrando a consistência maleável dos ovos das cobras

Ovos de crocodilo chocando. Neste caso, os ovos se desfazem em "pedaços", demonstrando a maior rigidez dos ovos dos crocodilianos

Abaixo da casca encontra-se o córion, que está intimamente ligado à casca, por meio de cujos poros consegue fazer as trocas gasosas. Associado ao córion também está o alantoide, que tem como principal função receber e armazenar as excreções do embrião, incluindo substâncias como o CO2 liberado por ele. Por meio de sua ligação com o córion, formando o alantocórion, o alantoide consegue, além de remover os resíduos nitrogenados do corpo, realizar as trocas gasosas do sangue. A última camada do ovo é o âmnio, a membrana que envolve o próprio embrião, delimitando uma cavidade preenchida por um fluido que reduz o impacto de choques mecânicos contra o espécime e evita o seu ressecamento. O embrião ainda está ligado a mais um anexo, o saco vitelínico, uma estrutura que contém o vitelo, uma reserva altamente nutritiva e que serve como a principal fonte de energia para o ser durante o seu desenvolvimento. 

Alguns pontos interessantes sobre a reprodução nos répteis são a maneira como algumas espécies têm seus sexos definidos e o fato de que podem ocorrer casos de reprodução assexuada dentre eles. No primeiro caso, nota-se que nem todos os organismos desta classe têm seus sexos determinados com base em seus cromossomos sexuais, sendo que estas espécies podem ter seus sexos influenciados pela temperatura a que foram expostos enquanto dentro dos ovos. O padrão não é sempre o mesmo para todos os diferentes tipos de répteis: em alguns casos, os ovos que receberam temperaturas mais altas deram origem a machos enquanto as mais frias deram origem a fêmeas; em outros, os ovos mais quentes formaram as fêmeas e os frios formaram machos; e, ainda, já se observou um padrão onde as temperaturas mais extremas (mais quentes e mais frias) resultaram em indivíduos femininos e as intermediárias resultaram em machos. A influência que a temperatura tem sobre o desenvolvimento destes embriões apresenta-se como um dos vários aspectos que podem ser afetados pelo aquecimento global, tendo em vista que, com a elevação da temperatura média global, as populações de répteis de várias localidades podem ser desequilibradas com o aumento expressivo no número de indivíduos de um mesmo sexo (ou, até mesmo, provocando o nascimento de organismos de apenas um sexo, tornando impossível a reprodução dentro da comunidade, levando à sua extinção).

A partenogênese, fenômeno que pode ser observado em outros seres vivos, como plantas e insetos, pode acontecer com alguma espécies de lagartos e cobras. Basicamente, a partenogênese dos répteis acontece quando um indivíduo fêmea acaba pondo ovos com embriões sem ao menos ter copulado e ter sido fertilizada por um macho. Como este meio de reprodução envolve somente um indivíduo, os filhotes acabam tendo o mesmo material genético da mãe, essencialmente dando origem a uma série de "clones".

Embora ainda não seja tão avançado quanto como aparece nas aves e nos mamíferos, os cuidados parentais são mais frequentes nos répteis que nos anfíbios. Certas espécies, como as tartarugas marinhas, apresentam pouco a nenhum cuidado parental, costumando cavar buracos nas areias das praias, depositar os seus ovos em seu interior e abandoná-los para se cuidarem sozinhos. Algumas espécies de serpentes e cobras já apresentam um nível mais complexo de cuidados parentais, geralmente ficam nas redondezas dos ninhos ou buracos onde puseram os seus ovos para protegê-los, podendo, até mesmo, ficar enrolados ao redor deles para mantê-los aquecidos. Os crocodilianos, por sua vez, têm os cuidados parentais mais desenvolvidos dos répteis, já que, além de guardá-los enquanto ovos, acompanham o crescimento de seus filhotes até se tornarem independentes. Durante este período, se mostram muito protetores de seus pequenos, mantendo constante atenção para vocalizações e sinais de medo ou estresse.




Sistema digestório:

Em termos de hábitos alimentares, os répteis são bastante variados, a maioria sendo carnívora e algumas poucas espécies sendo herbívoras ou onívoras. As espécies carnívoras costumam se alimentar de animais menores que elas mesmas levando em consideração as suas necessidades energéticas (quanto menor o réptil, menos energia requer e, então, come animais menores e vice-versa) e, também, o volume do tubo digestório (uma exceção sendo os ofídios, que, por terem uma mandíbula muito flexível, conseguem deglutir animais muito maiores que eles mesmos). Dentre as suas principais presas, se encontram artrópodes, moluscos, anelídeos, peixes, anfíbios, outros répteis, aves e até mamíferos. A alimentação dos seres herbívoros geralmente consiste em algas, folhas, frutos, gramíneas e ervas, enquanto os onívoros se alimentam de ambos os itens dos carnívoros e dos herbívoros.



A boca dos répteis possuem vários anexos para o começo da digestão. A dentição dos répteis abrange quatro tipos de dentes, um deles presente nos momentos iniciais do indivíduo e os restantes podendo ser encontrados ao longo de suas vidas. Quando está no momento de deixar o ovo, os bebês répteis utilizam uma estrutura localizada na parte de fora da boca que lembra um pequeno dentículo para rachar a casca e abrir o seu caminho para fora do ovo. Ao terminar este processo, o dente é progressivamente reabsorvido para que o réptil possa aproveitar os seus componentes e utilizá-los para formar as demais dentições ou simplesmente "cai".


A estrutura dos demais dentes encontrados nos répteis é parecida com a dos mamíferos, sendo formada por esmalte, dentina e cemento e incluem três tipos diferentes de dentes: acrodontes, pleurodontes e tecodontes. Os acrodontes são dentes pontudos que se fixam aos ossos da mandíbula por meio de uma "base" achatada e são encontrados nos lagartos, os pleurodontes são encontrados também nos lagartos e nas serpentes, e se implantam nos lados dos ossos da mandíbula, deixando parte de sua base "exposta", os tecodontes são os mais fortes dentre os dentes pois se implantam profundamente nos ossos, seus formatos variam, conferindo maior especialização para a digestão mecânica feita na boca destes répteis, nos quais se incluem os crocodilianos. A dentição dos répteis também se caracteriza por dois fatores: primeiro, podem fazer várias mudas de dentes ao longo de suas vidas (polifiodontes), diferente, por exemplo, dos humanos, que possuem duas "gerações" para cada dente (de leite e permanente) e cada réptil possui somente um tipo de dente em suas bocas (homodontes), ou seja, um indivíduo só pode ter dentes acrodontes, pleurodontes ou tecodontes em sua boca, nunca mais de um destes de uma vez só (mais uma vez distinguindo dos mamíferos, que podem ter caninos, incisivos, molares, etc.).



Os répteis ainda possuem uma variedade de glândulas secretoras na boca que ajudam com uma leve digestão química dos alimentos. Em algumas serpentes, estas glândulas foram especializadas para a secreção de veneno que, ainda, pode ser inoculado nas presas através de um par de dentições especiais, todas elas encontradas na mandíbula superior: as serpentes áglifas são desprovidas deste tipo de dentição, tendo somente dentes "normais"; as opistóglifas têm os dentes inoculadores localizados na região posterior da boca; as proteróglifas têm estes dentes na região anterior da boca e as solenóglifas também têm estes dentes na região anterior, mas estes são muito grandes, tanto que, quando a boca da serpente está fechada, os dentes precisam se curvar dentro da boca. 



A maioria dos répteis não mastiga os seus alimentos, simplesmente mordem e cortam pedaços do alimento ou os ingerem inteiros, aproveitando a força de suas musculaturas mandibulares e a ampla abertura que conseguem atingir. Os répteis são desprovidos de lábios e alguns têm bicos de queratina no lugar de dentes, como as tartarugas. A língua ajuda a distribuir as secreções digestivas e a saliva, assim como manter a presa dentro da boca e manipulá-la. Algumas espécies a utilizam para avaliar se o alimento está adequado para o consumo, para capturar animais a longas distâncias, limpar os olhos, etc.


Após engolir o alimento, ele será deslocado para a faringe e, posteriormente para o esôfago. No caminho, a faringe apresenta a bifurcação entre o tubo respiratório (em direção à laringe) e o tubo digestório (em direção ao esôfago) e, para evitar que o alimento acabe entrando nas vias respiratórias, correndo o risco de obstruí-las, a glote fecha esta passagem. 

No estômago acontece a maior parte da digestão química, o que, geralmente, leva um bom tempo para ser concluída nos répteis, já que eles costumam se alimentar de animais e plantas inteiras, então as enzimas e substâncias químicas do estômago precisam de mais tempo para efetivamente quebrar estes alimentos (ainda mais nas cobras que conseguem ingerir répteis e mamíferos relativamente grandes quando comparados ao seu tamanho, desde crocodilos até cervos). Nestes casos, a contração dos músculos do abdômen também auxiliam na digestão, pois pressionam a presa dentro do tubo digestório, podendo quebrar os seus ossos em partes cada vez menores. Outro caso interessante da digestão em répteis grandes é o dos crocodilianos, que podem intensificar a produção de ácidos em seu estômago ao se submergirem (mecanismo já discutido na seção do sistema circulatório). Nota-se que muitas destas espécies grandes se alimentam em períodos muito extensos, ou seja, existem espécies de cobras e crocodilianos que podem fazer uma refeição a cada semana até ficar meses sem se alimentar. 



O intestino delgado dos répteis recebe as secreções de duas importantes glândulas digestivas, o fígado e o pâncreas. O fígado está localizado anterior ao estômago e sintetiza a bile, um fluido emulsificante que facilita a ação das lipases, enzimas que catalisam as reações de degradação dos lipídios. Juntamente ao fígado está a vesícula biliar e o fígado de todos os répteis, com a exceção das serpentes, são divididos em lobos esquerdo e direito igual aos mamíferos. O pâncreas, por sua vez, está localizado entre o estômago e os intestinos e deposita secreções pancreáticas contendo enzimas que alvejam proteínas, lipídios e carboidratos. Após a digestão no intestino delgado, os nutrientes e a água vão ser absorvidos pelas paredes intestinais e enviadas para a corrente sanguínea enquanto os restos vão formar o bolo fecal no intestino grosso, que termina no reto, tubo que abre-se na cloaca na região do coprodeu e, depois leva ao ânus.


Classificação:


Ordem Squamata (escamados)

- Pele provida de escamas epidérmicas

- Corpo comprido e, nas serpentes, de formato tubular e desprovido de membros

- Fazem as mudas de pele em partes (lagartos) ou mudam toda a pele de uma vez (serpentes)

- Utilizam o órgão vomeronasal ou órgão de Jacobson para sentir cheiros

- Crânio com duas fenestras temporais e com mobilidade elevada

- Coração com três câmaras

- As serpentes têm as peças da mandíbula inferior unidas por simples filamentos cartilaginosos e o osso quadrado é bastante flexível -> maior abertura bucal

- Autotomia caudal: a cauda pode ser amputada como um meio de defesa. Ela se regenera depois

- Dentição acrodonte e pleurodonte 

- Língua bifurcada usada para o olfato e capturar presas

- Maioria carnívora, algumas serpentes conseguem se alimentar de animais grandes (outros répteis e mamíferos como cervos, porcos, cabras, etc.)

- Possuem glândulas venenosas que podem ser inoculadas nas presas para paralisar ou matá-las

- Órgão copulatório dividido em dois hemipênis

- Ovos com casca maleável

- São classificados em três subordens: Lacertilia, que abrange as espécies referidas comumente como "lagartos", dentre eles gecos, lagartixas, iguanas e dragões-barbudos; Serpentes, que inclui as "cobras" - víboras, cascavéis, pítons, jiboias, corais, etc.; e Amphisbaenia, onde estão as cobras-de-duas-cabeças



Ordem Crocodylia (crocodilianos)

- A pele com escamas epidérmicas é recoberta por escudos dérmicos, criando uma armadura bastante rígida

- Olhos e narinas ocupam uma posição superior na cabeça, permitindo que o crocodiliano visualize os seus arredores e respire enquanto fica debaixo da água

- Crânio com duas fenestras temporais (Diapsida)

- Coração com quatro câmaras

- Há uma ponte, o forame de Panizza, ligando as aortas esquerda e direita

- A circulação pode ser desviada do pulmão para o estômago enquanto submersos

- Respiração pulmonar com ventilação provocada pelo movimento do músculo diafragma

- Forte musculatura mandibular (uma das mordidas mais potentes do reino animal)

- Dentição tecodonte

- Alimentação carnívora

- Um único órgão copulatório, o pênis

- Ovos com casca rígida

- Cuidados parentais complexos

- São divididos em três famílias: Alligatoridade, que contém jacarés, aligátores e caimães; Crocodylidae, contém os crocodilos; e Gavialidae, onde estão os gaviais. 





Ordem Rhynchocephalia (rincocéfalos/tuataras)

- Bastante próximos dos répteis escamados e com poucas espécies restantes

- Possuem um "terceiro olho" funcional, o olho pineal, que também regula o seu ciclo de sono

- A porção dorsal do corpo é coberta por uma "crista" espinhosa

- Crânio com duas fenestras temporais (Diapsida)

- Autotomia caudal

- Coração com três câmaras

- A ponta da mandíbula superior tem formato de bico, o que dá o nome da ordem: Rhyncho - bico, cephalo - cabeça -> "cabeça de bico"

- Dentição acrodonte

- Órgão copulatório dividido em dois hemipênis

- Esta ordem só apresenta uma espécie viva atualmente, Sphenodon punctuatus




Ordem Chelonia (quelônios)

- As escamas epidérmicas são cobertas por escudos dérmicos assim como nos crocodilianos

- Casca resultante da fusão entre dezenas de ossos (vértebras, costelas, cinturas) que envolve a maior parte dos órgãos internos e pode esconder a cabeça e os seus membros

- Coluna cervical bastante articulada com o crânio permite que o pescoço se estenda ou encolha para proteger a cabeça dentro do casco

- Espécies marinhas têm nadadeiras no local de patas

- Coração com três câmaras

- A boca não apresenta dentes mas se desenvolveu na forma de um bico similar ao de uma ave

- Podem ser carnívoros, herbívoros ou onívoros

- Ovos majoritariamente de casca rígida

- Poucos cuidados parentais: algumas espécies põem os ovos no substrato e deixam os filhotes para cuidarem-se sozinhos

- Se classificam em duas subordens: Cryptodira, os espécimes que conseguem guardar o pescoço reto dentro da casca, incluindo tartarugas marinhas, cágados e tartarugas de casco mole; e Pleurodira, que inclui os espécimes que precisam curvar o pescoço lateralmente para protegê-lo dentro de sua carapaça, as tartarugas sideneck, que geralmente tem um pescoço mais comprido que os membros de Cryptodira.




Fontes:

https://link.springer.com/article/10.1186/s40851-019-0123-5

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC539734/

https://www.britannica.com/science/integument/Reptiles

http://www.anapsid.org/basicdermatology.html

https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/tegumento-a-pele-dos-repteis/23764

https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/sistema-nervoso-e-orgaos-dos-sentidos-dos-repteis/23765

https://www.guwsmedical.info/photo-animals/nervous-system-and-sensory-organs.html

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4406946/

https://www.notesonzoology.com/phylum-chordata/garden-lizard/nervous-system-of-garden-lizard-with-diagram-chordata-zoology/8403

https://theconversation.com/explainer-why-do-snakes-flick-their-tongues-29935

http://www.conhecer.org.br/download/repteis/Anatomia%20dos%20repteis.pdf

https://cdn.ymaws.com/members.arav.org/resource/resmgr/Files/Proceedings_2014/43.pdf

https://www.sciencenewsforstudents.org/article/crocodile-hearts

https://www.euquerobiologia.com.br/2016/03/sistema-respiratorio-de-repteis-e-anfibioshtml

https://www.britannica.com/animal/reptile/Digestive-and-urogenital-systems

https://www.researchgate.net/publication/260291254_Osmotic_and_Ionic_Regulation_in_Reptiles

https://www.nationalgeographic.com/animals/2018/08/chameleon-camouflage-color-change-myth-news/

https://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/15020224022014Cordados_I_aula_02.pdf

https://www.newworldencyclopedia.org/entry/Scale_(zoology)#Reptilian_scales

https://www.researchgate.net/publication/275277606_The_reptilian_brain

https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/20035/10/EstudoMorfologicoEncefalo.pdf

https://allyouneedisbiology.wordpress.com/2016/03/06/snake-senses/

http://tolweb.org/accessory/Temporal_Fenestration_of_Amniotes?acc_id=463

https://www.britannica.com/animal/reptile/Skull-and-dentition

http://museudaamazonia.org.br/pt/2015/12/11/locomocao-das-serpentes/

https://www.tartarugas.avph.com.br/anatomia.htm

http://www.cardio-research.com/heart-anatomy-on-different-vertebrates

https://fountainmagazine.com/2013/issue-92-march-april-2013/extraordinary-blood-circulation-in-crocodiles-march-april-2013

https://animals.mom.com/snakes-maintain-homeostasis-8859.html

https://www.lllreptile.com/articles/126-reptilian-brumation/

https://www.notesonzoology.com/phylum-chordata/garden-lizard/respiratory-system-of-garden-lizard-with-diagram-chordata-zoology/8405

http://epgp.inflibnet.ac.in/epgpdata/uploads/epgp_content/S000035ZO/P001805/M027349/ET/1518692522M29OsmoregulationinmarineairbreathinganimalsQuad1.pdf

https://www.geol.umd.edu/~jmerck/geol431/lectures/d06eggs.html

https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/caracteristicas-derivadas-de-amniota/36128

http://segundocientista.blogspot.com/2015/08/a-grande-inovacao-dos-repteis-o-ovo.html

https://www..com/zoologia/determinacao-sexo-nos-repteis.htm

https://allyouneedisbiology.wordpress.com/2015/07/28/sex-determination-reptiles-global-change/

https://www.reptilesmagazine.com/reptile-dentition-the-details-on-reptile-teeth/

https://www.thoughtco.com/squamates-profile-130318

https://www.environment.gov.au/system/files/pages/dc11235d-8b3b-43f7-b991-8429f477a1d4/files/39-fauna-2a-crocodylia-general.pdf

https://brasilescola.uol.com.br/biologia/ordem-crocodilia.htm

Imagens:

[1] http://www.ufrpe.br/br/content/tartarugas-marinhas-s%C3%A3o-tema-de-livro-infantil-lan%C3%A7ado-por-pesquisadoras-da-ufrpe

[2] https://www.petgazette.biz/25708-looking-at-the-leopard-gecko-and-its-correct-housing-in-the-modern-hobby-part-three/

[3] http://faunaselvagem-marisa.blogspot.com/2009/10/tuatara.html

[4] https://br.freepik.com/fotos-premium/cobras-de-vibora-insularis-verdes-timreresurus-albolabris_6575710.htm

[5] https://www.meionorte.com/curiosidades/como-sobreviver-a-um-ataque-de-um-crocodilo-367444

[6] https://www.researchgate.net/publication/231610705_Developmental_and_evolutionary_origins_of_the_pharyngeal_apparatus

[7] https://www.researchgate.net/figure/Embryonic-development-of-E-macularius-stages-32-35-arrayed-as-for-Scale-bar-for-the_fig3_227654931

[8] https://sites.google.com/site/brandtevolution/home/genetic-variation

[9] https://www.newsweek.com/tiny-ancient-reptile-detach-tail-escape-meat-eating-predators-833432

[10] https://www.quora.com/Why-do-tortoises-have-no-lungs

[11] https://www.britannica.com/science/muscle/Tetrapod-musculature

[12] https://ourreptileforum.com/community/threads/using-zolcal-supplement.18394/

[13] https://www.notesonzoology.com/vertebrates/integument-in-different-classes-of-chordates-zoology/8941

[14] https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Large_Scaled_Forest_Lizard.jpg

[15] https://howtodoright.com/how-often-do-snakes-shed/

[16] https://www.notesonzoology.com/phylum-chordata/garden-lizard/nervous-system-of-garden-lizard-with-diagram-chordata-zoology/8403

[17] https://www.flickr.com/photos/centralaustralia/12962261875/sizes/l/

[18] https://sites.google.com/a/ncsu.edu/anatomy-phylogeny-and-ontogeny-of-chemoreceptors/home/jacobsons-organ

[19] https://pterosaurheresies.wordpress.com/tag/reptile-ear/

[20] https://commonfivelinedskink.weebly.com/physiology.html

[21] https://www.pinterest.co.uk/pin/570972058999079443/?nic_v2=1a1cECU73

[22] https://www.notesonzoology.com/essay/reptiles-essay/essay-on-reptiles-vertebrates-chordata-zoology/8289

[23] https://www.studyread.com/reptiles-characteristics/

[24] https://commons.wikimedia.org/wiki/File:CrocHeart.jpg

[25] http://www.bio.miami.edu/dana/360/360F19_16.html

[26] http://thenorthernfencelizardresource.weebly.com/respiratory-system.html

[27] https://www.bioscience.com.pk/topics/zoology/item/776-comparative-anatomy-excretory-system-of-reptile-bird-and-mammal

[28] https://instruction.cvhs.okstate.edu/ExoticDissections/redboa/redboa12/answerC2.htm

[29] https://www.notesonzoology.com/phylum-chordata/garden-lizard/reproductive-system-of-garden-lizard-vertebrates-chordata-zoology/8407

[30] https://chasehutchinson1.weebly.com/blog/amniotic-egg

[31] https://mattandeileen.wordpress.com/2010/10/23/releasing-babysea-turtles/baby-sea-turtles-heading-toward-the-ocean/

[32] https://www.notesonzoology.com/reptilia/digestive-system-of-calotes-with-diagram-zoology/3874

[33] http://news.unair.ac.id/en/2017/02/08/snake-venom-handling-tropical-diseases/

[34] https://br.pinterest.com/pin/263108803208305499/?nic_v2=1a1cECU73

[35] https://animals.net/snapping-turtle/

[36] https://www.biologycorner.com/bio2/notes_reptiles.html

[37] https://www.researchgate.net/figure/Schematic-illustartion-of-a-generalized-epidermis-of-a-squamate-reptile-Two-layers-are_fig3_45931237

[38] https://biocyclopedia.com/index/general_zoology/characteristics_of_reptiles_that_distinguish_them_from_amphibians.php

[39] https://turtlesandtides.wordpress.com/2015/07/01/identifying-sea-turtle-species/

[40] https://www.flickr.com/photos/66901385@N06/6341518697/lightbox/

[41] https://web.stanford.edu/~siegelr/florida/florida2014/july2014/

[42] https://www.downtoearth.org.in/news/climate-change/climate-change-kills-98-insects-in-puerto-rico-s-rainforest-study-61904

[43] https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/20035/10/EstudoMorfologicoEncefalo.pdf

[44] https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0149763419306098

[45] https://allyouneedisbiology.wordpress.com/2016/03/06/snake-senses/

[46] https://br.pinterest.com/pin/303359724880533592/?nic_v2=1a1cECU73

[47] https://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/15021024022014Cordados_I_aula_03.pdf

[48] https://boneclones.com/product/loggerhead-sea-turtle-skull-BC-064

[49] http://comenius.susqu.edu/ecol/110/assignments/week-4/diapsid-anapsid%20laboratory/laboratory-6.htm

[50] https://inside.ucumberlands.edu/academics/biology/faculty/kuss/courses/skeletal%20system/OccipitalCondyles.htm

[51] http://ryersonoptionstudio2012.blogspot.com/2012/01/adaptive-architecture-and-responsive.html

[52] https://br.pinterest.com/pin/574983077402985641/?nic_v2=1a1cECU73

[53] https://vertebralcolumnrasubin.blogspot.com/2016/01/vertebral-column-of-reptiles.html

[54] https://www.khanacademy.org/science/high-school-biology/hs-evolution/hs-evidence-of-evolution/a/hs-evidence-of-evolution-review

[55] https://www.savalli.us/BIO370/Anatomy/5.AlligatorSkeletonLabel.html

[56] https://br.pinterest.com/pin/176695985367625477/?nic_v2=1a1cECU73

[57] http://www.conhecer.org.br/download/repteis/Anatomia%20dos%20repteis.pdf

[58] http://www.conhecer.org.br/download/repteis/Anatomia%20dos%20repteis.pdf

[59] http://borbl426-526.blogspot.com/2012/02/teenage-mutant-ninja-turtles.html

[60] https://reptileevolution.com/chelonia.htm

[61] http://www.cardio-research.com/heart-anatomy-on-different-vertebrates

[62] https://www.researchgate.net/figure/Relative-cross-sectional-area-of-the-lumen-at-the-base-of-the-three-arteries_fig18_256377026

[63] http://www.cardio-research.com/heart-anatomy-on-different-vertebrates

[64] http://www.conhecer.org.br/download/repteis/Anatomia%20dos%20repteis.pdf

[65] https://br.pinterest.com/pin/565624034451401537/

[66] https://www.livescience.com/64592-alligators-weird-snout-behavior-winter.html

[67] http://www.biozoomer.com/2013/01/respiration-in-birds-reptiles-mammals.html

[68] http://www.conhecer.org.br/download/repteis/Anatomia%20dos%20repteis.pdf

[69] https://www.notesonzoology.com/phylum-chordata/garden-lizard/respiratory-system-of-garden-lizard-with-diagram-chordata-zoology/8405

[70] http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/1665085.stm

[71] http://www.conhecer.org.br/download/repteis/Anatomia%20dos%20repteis.pdf

[72] http://epgp.inflibnet.ac.in/epgpdata/uploads/epgp_content/S000035ZO/P001805/M027349/ET/1518692522M29OsmoregulationinmarineairbreathinganimalsQuad1.pdf

[73] https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Feces_and_uric-acid.jpg

[74] https://www.slideshare.net/emmaversteegh/osmoregulation-vertebrates

[75] http://www.robertschoch.net/Tree%20Frogs%20Tadpoles%20Insects%20Colette%20Dowell%20Robert%20Schoch.htm

[76] http://www.conhecer.org.br/download/repteis/Anatomia%20dos%20repteis.pdf

[77] http://www.conhecer.org.br/download/repteis/Anatomia%20dos%20repteis.pdf

[78] https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rattlesnake_Hemipenes_2.jpg

[79] https://courses.lumenlearning.com/wm-biology2/chapter/amniotic-animals/

[80] https://slideplayer.com/slide/4379356/

[81] https://independente.com.br/lagarto-e-lagartixas/

[82] https://www.thesprucepets.com/foods-for-pet-reptiles-4178760

[83] https://www.apt22art.com/single-post/2017/09/25/Egg-Teeth

[84] https://inside.ucumberlands.edu/academics/biology/faculty/kuss/courses/Digestive%20system/TeethOf%20Vertebrates.htm

[85] https://wpcdn.us-midwest-1.vip.tn-cloud.net/www.reptilesmagazine.com/content/uploads/data-import/e00f27fb/beardieteeth.jpg

[86] https://biologiaentenderrespeitar.wordpress.com/2018/03/29/diferencas-de-denticao-de-serpentes/

[87] https://www.notesonzoology.com/phylum-chordata/garden-lizard/digestive-system-of-garden-lizard-with-diagram-chordata-zoology/8411

[88] https://www.researchgate.net/figure/Fig-1-Photograph-of-Uromastyx-aegyptiaca-Fig-2-Photograph-of-the-dissection-of_fig4_284714671

[89] https://ordersquamata.weebly.com/

[90] https://br.pinterest.com/pin/622693085955156161/?nic_v2=1a1cECU73

[91] https://br.pinterest.com/pin/355432595563694902/?nic_v2=1a1cECU73

[92] https://br.pinterest.com/pin/AXCS7b9OzdYsZR86iBIGxol3gqBfGwccaXYAGecumMHbigNIJuqdzUo/?nic_v2=1a1cECU73

[93] https://br.pinterest.com/pin/658370039256310636/?nic_v2=1a1cECU73

[94] https://br.pinterest.com/pin/654007177114615004/?nic_v2=1a1cECU73

[95] https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Henry_at_Invercargill.jpg

[96] https://reptile-savvy.weebly.com/parietal-eye.html

[97] https://theconversation.com/not-a-lizard-nor-a-dinosaur-tuatara-is-the-sole-survivor-of-a-once-widespread-reptile-group-75921

[98] https://www.facebook.com/socientifica/posts/1190100421156381/

[99] https://netnature.wordpress.com/2018/06/21/a-origem-e-evolucao-das-tartarugas-grupos-sobreviventes/

[100] https://slideplayer.com/slide/4403739/

Vídeos:

[1] Anole Lizard Shedding and Eating It's Skin -  https://www.youtube.com/watch?v=qZSNjGit7e0&ab_channel=MyBackyardBirding

[2] How a Snake Sheds its Skin - https://www.youtube.com/watch?v=xDiL2zIFYuA&ab_channel=SnakeDiscovery

[3] Nature's Mood Rings: How Chameleons Really Change Color - https://www.youtube.com/watch?v=Kp9W-_W8rCM&ab_channel=DeepLook

[4] Tree boa - snake skull, brain cast, and inner ear - https://www.youtube.com/watch?v=D5EvCwwZyMI&ab_channel=WitmerLab

[5] Chameleon EYES - 
https://www.youtube.com/watch?v=KaNzChBiOLM&ab_channel=JamieWagner

[6] Heat Sensing Pit Vipers - Deadly Vipers - BBC animals - https://www.youtube.com/watch?v=lySW2-eYilg&ab_channel=BBCStudios

[7] Why do Snakes have forked tongues? Snakes: forked tongues explained - https://www.youtube.com/watch?v=qq3pYMEQ3lU&ab_channel=CTnaturalist

[8] You Have Reptile Bones in Your Ears! - HHMI Biointeractive Video -  https://www.youtube.com/watch?v=-W75OG0DQEI&ab_channel=biointeractive

[9] Baby alligator calling for mom - https://www.youtube.com/watch?v=aFfciCu8wY8&ab_channel=posmx

[10] How Snakes Move! (They don't just slither) - https://www.youtube.com/watch?v=7-AKPFiIEEw&ab_channel=SnakeDiscovery

[11] Gator Swimming - https://www.youtube.com/watch?v=3axxi2HTAm0&ab_channel=UF%2FIFASCFLAG

[12] Why Lizards Don't Run Marathons - https://www.youtube.com/watch?v=7m0qzY5v54Q&ab_channel=SciShow

[13] Jesus Christ Lizard - https://www.youtube.com/watch?v=CW0TijmAUqY&ab_channel=NationalGeographic

[14] Snapping Turtle Sunbathing - https://www.youtube.com/watch?v=dJkCoXd6oz4&ab_channel=NATURECAMHD

[15] What is Brumation? And Why Do Reptiles Do it? - https://www.youtube.com/watch?v=Phj2zSPn8Zs&ab_channel=LeopardGecko

[16] Sneezing Galápagos Marine Iguanas - https://www.youtube.com/watch?v=6G6ZL0fbLHQ&ab_channel=NextGenScientist

[17] Ball Python Eggs Hatching Time Lapse - https://www.youtube.com/watch?v=iTVd02LVV-0&ab_channel=MarkusJayne

[18] Hatching baby crocodiles from eggs in Darwin, Australia - https://www.youtube.com/watch?v=QjUlqXPkCDs&ab_channel=BishWard

[19] Surviving Sea Turtles | Untamed - https://www.youtube.com/watch?v=Ipf0fehg5os&ab_channel=NatGeoWILD

[20] Python vs Turtle 05 Mirrored - https://www.youtube.com/watch?v=i6pzp_nyAUY&ab_channel=ojatro

[21] Crocodile Mom Scoops Up Babies in Mouth - https://www.youtube.com/watch?v=rvjDcbLtU5I&ab_channel=NatureonPBS

[22] Day Gecko enjoying some Orange - https://www.youtube.com/watch?v=KcG3HqiKkBw&ab_channel=AllegroDigital

[23] Tiny Chameleons' Tongues Pack Strongest Punch (High-Speed Footage) - https://www.youtube.com/watch?v=pn37lT7HbrA&ab_channel=NationalGeographic

[24] Python eats Alligator 02, Time Lapse Speed x6 - https://www.youtube.com/watch?v=dVRhRzE_AkQ&ab_channel=ojatro

[25] American Alligator Smashes Turtle's Shell To Bits & Then Swallows Entire Turtle Whole - https://www.youtube.com/watch?v=YDl7M9ROXPw&ab_channel=Gojirafeet66

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.