quinta-feira, 9 de abril de 2020

Material sobre protozoários


Origem do reino Protista:

O reino Protista (ou, também, Protoctista) se trata de um dos casos mais confusos no ramo da sistemática. Esta confusão deriva do fato de que este táxon reúne espécies muito diversas, desde criaturas unicelulares e exclusivamente heterótrofas, até seres que podem alcançar tamanhos na casa dos metros que fazem fotossíntese. O motivo para esta considerável disparidade entre seus integrantes é que este reino se trata, na verdade, de um grupo polifilético, e não monofilético como os demais reinos biológicos. Isso quer dizer, então, que as espécies classificadas neste reino não compartilham um ancestral comum.



O reino Protoctista pode ser descrito, então, como o que contém todas as espécies eucarióticas que não são plantas, fungos, ou animais. Desta maneira, estão inclusos principalmente os protozoários e as algas.
Este aspecto bagunçado do reino reflete até mesmo em seu nome e os termos utilizados para se referir às suas espécies. Por exemplo, até algum tempo atrás, era mais comum chamar o reino de "Protista", porém, este termo tem sido mais utilizado para se referir aos seres unicelulares do reino, enquanto "Protoctista" corresponderia aos unicelulares e aos pluricelulares simultaneamente.
Antes de falar sobre as características deste reino, vamos falar um pouco sobre o processo desde a descoberta dos protoctistas até a criação deste táxon:

Os estudos relativos aos protoctistas podem ser datados do século XVII com as descobertas feitas pelo holandês Antonie van Leeuwenhoek, cuja maior contribuição (além da descoberta dos protoctistas) foi o aperfeiçoamento do microscópio, o que permitiria uma compreensão cada vez mais do "mundo microscópico". Leeuwenhoek percebeu, analisando diversas amostras de água (de goteiras e do poço da sua casa, além de água da chuva e da neve derretida) que estas estavam repletas de criaturas microscópicas. Ele iria registrar uma grande variedade de seres, como bactérias e, é claro, protozoários, além de descobrir uma série de estruturas celulares, dentre elas o vacúolo.

Antonie van Leeuwenhoek (1632-1723)

Embora tendo sido o pai da protozoologia, não foi Leeuwenhoek quem cunhou este nome. Este seria feito pelo zoólogo alemão Georg August Goldfuss (1782-1848) em 1818. O termo "protozoa" criado por Goldfuss vem da fusão das palavras gregas πρῶτος (prôtos) - primeiro - e ζῶα (zôa) - animais - ou seja, "primeiros animais".

É importante ressaltar que, na época, os seres vivos geralmente eram classificados em animais ou plantas dependendo das similaridades que apresentavam com as espécies destes grupos. Os protozoários eram considerados animais (foram classificados, inicialmente, como uma classe do reino Animal pelo próprio Goldfuss) pois se alimentavam fagocitando e digerindo microrganismos menores ou partículas microscópicas de alimento, ou seja, por se nutrirem heterotroficamente, seriam parecidos com os animais. E as semelhanças não param por aí, outro fator frequentemente considerado era a motilidade, isto é, a capacidade de se deslocar. Se o ser conseguisse se deslocar, estaria mais próximo dos animais, enquanto, se não fosse capaz de se mover, estaria mais próximo das plantas. Como os protozoários detêm uma grande variedade de estruturas dedicadas à locomoção (flagelos, cílios, pseudópodes, etc.) e, inclusive, algumas de suas espécies são capazes de perceber diferenças de luminosidade, até fugindo de luzes de alta intensidade como "reflexo", tudo isto serviu para comprovar que os protozoários eram, então, formas "primitivas" de animais.


Ilustrações feitas por Goldfuss representando os protozoários. É interessante notar que ele classificava as esponjas e os corais como protozoários.

Com o advento da teoria celular e o seu conceito primário de que a célula era a unidade básica de todas as coisas vivas, surgiram diversas propostas de reformulação das classificações biológicas existentes. Dentre elas estava a do alemão Carl von Siebold (1804-1885), que definiu que o filo Protozoa deveria conter apenas animais unicelulares, incluindo nele organismos como as amebas e os foraminíferos. Já o naturalista Louis Agassiz (1807-1873), por exemplo, sugeria que os protistas eram mais como as plantas, e não como os animais, portanto eles não deveriam ser classificados neste reino. Em 1858, o paleontólogo Richard Owen (1804-1892) propôs a classificação destas plantas e animais, como amebas, foraminíferos e diatomáceas, em um reino separado, o reino Protozoa.

É com o naturalista britânico John Hogg (1800-1869) que seria estabelecido o "quarto reino da natureza" (os outros reinos sendo, segundo a classificação de Lineu: Animal, Vegetal e Mineral). Optou por chamar este reino de "Protoctista" ao invés de "Protozoário" como fez Hogg, pois este último passaria a ideia de que conteria apenas os animais primitivos, excluindo, então, as algas (ou plantas primitivas). O nome "Protoctista" (formado das palavras "prôtos" e "chtista" que, do grego, significam "primeiro" e "gerado" ou "criado", portanto, os protoctistas seriam os "primeiro seres vivos criados"), então, serviria para englobar todas estas criaturas.


Os quatro reinos naturais segundo Hogg: Mineral, Vegetal, Animal e "Primigenum" (protozoários).


Já o termo "protista" seria cunhado pelo alemão Ernst Haeckel (1834-1919) que considerou o reino como sendo "o primeiro reino dos seres vivos", por isso o nome do reino ser "Protista", que, em grego, significa "primordial" ou "o primeiro". Embora concordasse com Hogg na classificação destes seres em seu próprio reino, não reconheceu o reino dos minerais em sua classificação, assim, o número de reinos caiu de quatro para três.

Árvores filogenética de Ernst Haeckel.


As próximas mudanças viriam com o biólogo americano Herbert F. Copeland (1902-1968), que retirou as bactérias deste grupo, criando o seu próprio reino, o Monera e Robert Whittaker, que estabeleceu o reino Fungi e reconsiderou as bactérias como fazendo parte dos protistas e as algas como sendo plantas. Embora Whittaker, depois, refizesse a sua classificação, colocando as bactérias de novo no reino Monera, as algas só retornariam ao reino Protista com a classificação da bióloga Lynn Margulis. Algumas das classificações mais recentes, como a de Thomas Cavalier-Smith (1942-), inclusive dividem os protistas em dois reinos distintos: o Protozoa, para os unicelulares heterótrofos e o Chromista, que reúne alguns grupos específicos de algas, como as diatomáceas e as algas pardas. 

Hoje em dia, percebendo que estas espécies são agrupadas no reino Protista simplesmente por conveniência, e não por compartilhar muitas semelhanças, existem diversas outras formas de classificá-los. Um exemplo seria o supergrupo SAR, que reúne as espécies dos grupos Stramenopiles, Alveolata e Rhizaria, por sua vez, uma classificação que leva em conta as similaridades genéticas e estruturais mais do que o próprio reino Protista.




Características dos protoctistas: como já visto, o reino Protoctista é, na verdade, só uma classificação conveniente para reunir todas as espécies eucariontes que não são fungos, plantas ou animais. Por isso, as espécies deste reino podem apresentar características muito distintas.

As principais características são:

Seres eucariontes - apresentam uma membrana que separa o seu material genético do núcleo do citoplasma. Por isso, suas células são muito mais complexas que seres procariontes como as bactérias, podendo apresentar uma grande variedade de organelas membranosas como mitocôndrias e complexo de Golgi.

Podem ter nutrição heterotrófica (não produzem seu próprio alimento), comum no caso dos protozoários, ou autotrófica (produzem seu próprio alimento), predominante nas algas.

Podem fazer respiração aeróbica ou anaeróbica.

Unicelularidade ou multicelularidade - ou seja, os protoctistas podem ser unicelulares (podendo formar colônias de unicelulares) ou multicelulares (como as algas por exemplo, embora elas não desenvolvam estruturas como caule, raízes e folhas).

Podem ser de vida-livre ou parasitar outros seres vivos (provocam doenças).

Podem se reproduzir assexuadamente ou sexuadamente. Os unicelulares se reproduzem por processos idênticos aos das bactérias (cissiparidade, conjugação, etc.), enquanto os multicelulares podem se reproduzir por métodos como fragmentação e produção de esporos.

Habitam principalmente meios aquáticos ou úmidos.




Exemplo de um protozoário fagocitando outro ser vivo.

Exemplo de alga multicelular: kelps.

Exemplo de parasitismo: trofozoítos da Entamoeba histolytica com hemácias fagocitadas. 

Exemplos de diferentes organizações celulares: algas unicelulares (A), algas unicelulares coloniais dos gêneros Gonium e Eudorina (B e C). Algas multicelulares dos gêneros Pleodorina e Volvox.

Estrutura celular dos protoctistas:

Quando comparados aos vírus, bactérias e arqueias, os protoctistas são muito mais complexos e maiores. Isto se deve principalmente ao fato de serem eucariontes, podendo ter uma melhor organização da célula com as organelas e o material genético sendo delimitados por membranas e envelopes. Assim, enquanto o tamanho médio de algumas bactérias pode ser dentre 0,2 e 2 micrômetros, os protozoários e as algas unicelulares podem variar de 2 micrômetros a 1 milímetro.


Vídeo comparando o tamanho de vários microrganismos (algas, amebas, bactérias, etc.):



De forma geral, as células dos protozoários e das algas apresentam uma série de estruturas semelhantes, como um núcleo envelopado, mitocôndrias (aonde é sintetizado o ATP), complexo de Golgi (responsável por empacotar e modificar substâncias e macromoléculas como proteínas e lipídios para fora da célula), ribossomos (síntese proteica), lisossomos (digestão celular), etc.

Há também estruturas que são exclusivas de determinados grupos, como os cloroplastos e a parede celular (cuja composição pode variar desde celulose até sílica) nas algas e as estruturas de locomoção (flagelos e cílios, por exemplo) nos protozoários. 

Existem protistas que possuem certas organelas que atuam como um mecanismo para compensar a ausência de uma determinada parte ou estrutura, como é o caso do vacúolo contrátil nos euglenoides, e o macronúcleo e o micronúcleo nos ciliados (serão abordados com maior profundidade depois). 



Formato dos protozoários:
Por serem menores que as algas e por não possuírem parede celular e, portanto, não terem uma formação muito rígida, os protozoários podem ter uma grande quantidade de formatos possíveis, as mais comuns sendo formas ovais, circulares, bastonetes, etc. Uma exceção seria principalmente o grupo das amebas, que mudam constantemente de formato para se locomover.


Estrutura das algas:
Algumas espécies de algas são multicelulares, portanto, podem alcançar dimensões consideráveis e até desenvolver estruturas mais complexas.
As algas apresentam várias semelhanças com as plantas: ambas possuem cloroplasto e são autótrofas obrigatórias (isto é, só conseguem se nutrir por meio do alimento que elas mesmas sintetizam) fazendo a fotossíntese; ambas, também, são seres sesséis, isto é, não têm capacidade de se locomover e vivem fixos a um substrato. Considerando estes fatores, além de possuírem estruturas que são muito parecidas com as das plantas (como caule e folhas), não é a toa que as algas foram, por muito tempo, classificadas no reino vegetal.
Porém, um dos principais motivos que diferenciam as algas das plantas é a ausência de tecidos. Ou seja, as células das algas não se organizam na forma de tecidos especializados assim como fazem nas plantas, que possuem tecidos condutores (como o xilema e o floema), de sustentação, preenchimento, etc. Grande parte destas funções são feitas pelas próprias células das algas. A condução de nutrientes, por exemplo, é feita de célula para célula. É pela falta de tecidos especializados que o corpo das algas é conhecido como talo, este podendo ser:
Unicelular
Colonial
Filamentosa: células se organizam em uma cadeia linear ou ramificada.
Cenocítica: as células não apresentam divisões entre elas, ou seja, é uma estrutura com citoplasma e núcleo únicos.
Parenquimatoso: as células se dispõem em várias camadas semelhantes a tecidos. As algas que apresentam este tipo de talo geralmente têm um aspecto folhoso.

Nutrição dos protoctistas:
No reino Protoctista podem ser observados tanto métodos heterotróficos quanto autotróficos no processo de obtenção de nutrientes. Aqui falaremos mais especificamente sobre alguns deles:
Nutrição holozóica: ocorre principalmente nos protozoários e consiste na obtenção de nutrientes por meio da ingestão de outros seres vivos ou partículas de alimento. Para isso, estes organismos apresentam partes de suas células e organelas dedicadas ao englobamento e digestão destas partículas, além da excreção dos resíduos desta digestão. Este processo (quando ocorre a ingestão de material sólido) se chama fagocitose.
Pinocitose: ingestão de material líquido do meio extracelular pela célula. Nos protistas, ela ocorre através de canais dedicados que ligam o meio extracelular com o citoplasma.
Nutrição holofítica: seria o contrário da nutrição holozóica, pois, nela, o protista sintetiza seu próprio alimento através da fotossíntese. É a principal forma de nutrição das algas.
Nutrição saprozóica: o protista obtém seu alimento de matéria orgânica em decomposição.
Nutrição mixotrófica: o protista pode ser tanto autótrofo quanto heterótrofo. Um exemplo seriam as algas euglenoides que, na presença de luz, podem fazer a fotossíntese, mas, na ausência dela, podem ingerir outras criaturas ou partículas de alimento menores.
Parasitismo: obtém seus nutrientes a custa de outros seres vivos. No caso dos seres humanos, geralmente habitam locais de onde podem extrair estes nutrientes estão mais acessíveis, como o intestino.





O líquen é uma associação entre fungos e seres fotossintetizantes como as cianobactérias e as algas verdes. Indica, então, um exemplo de mutualismo nos protoctistas. 
Digestão celular nos protozoários:
Dando continuidade ao assunto da nutrição nos protistas, vamos falar sobre o processo de digestão celular que ocorre na nutrição holozóica mais profundamente, descrevendo os mecanismos e as etapas deste processo.
  1. Primeiramente, o protozoário detecta a presença do alimento ou de uma bactéria quando esta próxima dela (ou, no caso da bactéria, percebe as substâncias sendo secretadas pelo micróbio).
  2. Após, o protozoário começa a projetar partes de sua membrana plasmática, formando os pseudópodes, que envolvem o alimento.
  3. A partícula é trazida para o interior celular, se encontrando no interior de uma vesícula chamada fagossomo.
  4. Os lisossomos, organelas da célula que têm a função de digerir matéria orgânica, se fundem ao fagossomo e liberam as suas enzimas em seu interior. O fagossomo, agora repleto de enzimas, passa a ser chamado de "vacúolo digestivo".
  5. Com a ação das enzimas digestivas dos lisossomos, a partícula começa a ser digerida.
  6. Com a digestão completa, os nutrientes que podem ser utilizados pela célula podem ser liberados ao citoplasma. Os resíduos que não podem ser aproveitados permanecem no interior do vacúolo digestivo, que passa a ser chamado de "vacúolo residual".
  7. O vacúolo residual se funde à membrana celular, liberando os resíduos da digestão ao meio extracelular.

Reprodução dos protoctistas:
A reprodução pode ocorrer de forma assexuada ou sexuada nos protozoários e nas algas.
Nos protozoários:
Reprodução assexuada: o modo de reprodução mais comum nos protozoários é a divisão binária (chamada também de cissiparidade), em que a célula duplica seus conteúdos (material genético, organelas, etc.) e se divide em dois seres idênticos. Há, também, outras formas de reprodução assexuada nos protozoários, estas que podem ser visualizadas principalmente nas espécies parasíticas, como por exemplo o plasmódio, que causa a malária. Estes processos são a esporogonia, em que um zigoto diploide dá origem a vários esporozoítos (forma infecciosa do parasita) e a esquizogonia, em que a célula multiplica suas estruturas diversas vezes, se tornando uma célula multinucleada e, depois, ocorre a divisão de seu citoplasma, dando origem a várias células-filhas (chamadas de merozoítos no caso do plasmódio).
Reprodução sexuada: na maioria dos protozoários, ela ocorre principalmente por dois métodos diferentes: no primeiro, duas células, cada uma de um sexo diferente, se fundem e formam um zigoto, depois, o zigoto passa por meiose, dando origem a dois novos indivíduos haploides. A outra forma é a conjugação, em que dois tipos de indivíduos se unem temporariamente e ocorre a troca de material genético entre os dois. Algumas espécies de protozoário podem alternar entre formas assexuadas e sexuadas (alternância de gerações), sendo um exemplo o já mencionado plasmódio.

Nas algas:
Reprodução assexuada: as algas unicelulares compartilham a divisão binária com os protozoários como a principal forma de reprodução. Nas algas multicelulares, pode ocorrer por fragmentação, que é quando uma parte do talo se quebra e esta parte cresce com a multiplicação celular, dando origem a um novo talo, ou por zoosporia, em que são formadas células flageladas (os zoósporos), que se libertam da alga e nadam até se instalar em um local favorável. Estabelecidos, passam a se multiplicar, formando um novo talo.
Reprodução sexuada: consiste na fusão de dois gametas haploides, formando um zigoto, que é diploide. Este zigoto passa por meiose, que dá origem a quatro células-filhas haploides, que, ao amadurecer, podem repetir este ciclo sexuado ou se reproduzir assexuadamente no caso de poder alternar gerações. A conjugação ocorre mais frequentemente em algas filamentosas, em que células masculinas e femininas se conectam por meio de tubos, permitindo que o conteúdo da célula masculina chegue até a feminina, levando à fecundação, dela se forma um novo filamento, que pode constituir um novo talo. Na alternância de gerações, o organismo passa por fases haploides e diploides ao longo de sua vida, cuja predominância varia entre espécies. Quando o talo da alga é diploide, ele é chamado de esporófito. No esporófito, as células diploides passam por meiose, formando células haploides, os esporos. Estes esporos. quando liberados, germinam e formam um talo haploide, que, por sua vez, é chamado de gametófito. O gametófito se multiplica, originando várias células haploides flageladas, que, ao se fundirem, formam zigotos. Estes zigotos então geram o esporófito, reiniciando o ciclo.

Protozoários ciliados do gênero Stylonychia se reproduzindo por fissão binária.


Ciclo reprodutivo de uma alga multicelular


Exemplo de conjugação nos protozoários (paramécio).



Classificação dos protozoários: a classificação dos protozoários, assim como a do reino Protoctista de forma geral, é muito controversa, com diversos critérios e classificações diferentes sendo sugeridas. No caso do esquema em que nos baseamos, isto é, o do livro didático, o principal critério considerado é a presença de estruturas locomotoras e, em alguns casos, como estas estruturas estão dispostas. Assim, os protozoários são divididos, a princípio, em seis filos: ciliados (Ciliophora), flagelados (Zoomastigophora), apicomplexos (Apicomplexa), amebas (Rhizopoda), actinópodes (Actinopoda) e foraminíferos (Foraminifera).

Ciliophora (ciliados): como o nome diz, são os protozoários que apresentam, como principal estrutura que usam para se deslocar, os cílios, que são filamentos pequenos e mais numerosos que o flagelo, além disso, permitem um deslocamento muito mais veloz que os protozoários flagelados. Podem habitar águas doces, mares e terras úmidas. A maioria dos ciliados é de vida livre, porém, existem espécies que podem parasitar outros seres vivos, sendo um exemplo conhecido o Balantidium coli, que parasita o intestino dos porcos, podendo até contaminar humanos por meio do consumo de água ou alimentos contaminados pelas fezes do porco, causando uma doença chamada balantidiose. Além de poder agir como parasitas, também podem formar relações de mutualismo com outros seres vivos (como bois, cabras, etc.) , ajudando na digestão dos alimentos. Algumas estruturas que diferenciam os ciliados dos outros protozoários são a presença de mais de um núcleo por célula (o macronúcleo, responsável por controlar o metabolismo, e os micronúcleos, que são necessários para a reprodução) e o citóstoma, que é um poro por onde entram as partículas de alimento. Uma estrutura também característica dos ciliados é o tricocisto, organela que contém várias "agulhas", que, quando liberadas, podem paralisar ou matar outros microrganismos, trata-se, então, de uma estratégia deste filo para capturar alimentos (vídeo de um paramécio liberando tricocistos - ). As espécies mais conhecidas dos ciliados são as do gênero Paramecium, sendo utilizadas como "organismos modelo" para os estudos sobre os protozoários.




Paramécio liberando tricocistos.

Estrutura do paramécio.

Zoomastigophora (flagelados): são os protozoários que apresentam flagelos como estrutura de locomoção, se deslocando por meio dos movimentos de chicote feitos por esta estrutura. Há um "porém" nesta classificação pois, dentro do reino Protista, os flagelos não são estruturas exclusivas deste grupo, algumas algas, como as euglenoides e os dinoflagelados por exemplo, também possuem flagelo, portanto, esta classificação pode ser considerada "discutível". Costumam habitar ambientes aquáticos, como a água doce e os mares, utilizando seus flagelos para nadar e capturar alimentos ou, em alguns casos, se firmar no fundo do mar e atrair partículas de alimento por meio do movimento de seus flagelos. Assim como os ciliados, podem ser de vida livre ou parasitas. Dentre os parasitas se encontram diversas espécies que podem causar doenças muito conhecidas em humanos, como o Trypanosoma cruzi (doença de Chagas) e o Leishmania brasiliensis (leishmaniose). Existem, também, flagelados capazes de formar relações de mutualismo com outras espécies, as mais conhecidas as do gênero Triconympha, que habitam o intestino de baratas e cupins, ajudando na digestão da celulose da madeira.

Giardia lamblia, causadora da giardíase



Os protozoários do gênero Leishmania (causadora da leishmaniose) e Trypanosoma (doença de Chagas, doença do sono, etc.) pertencem à família Trypanosomatidae. Os tripanossomas se distinguem pelo seu formato "contorcido".

Apicomplexa (apicomplexos): o filo dos apicomplexos reúne os protozoários que não apresentam nenhuma estrutura locomotora. São parasitas obrigatórios. O nome do filo vem de uma organela característica de suas espécies e que estão presentes em ao menos um estágio de suas vidas, o complexo apical (que, supostamente é resquício evolutivo de um processo de endossimbiose secundária - isto é, o englobamento de uma célula que já havia, anteriormente, englobado outra célula - de uma alga vermelha). Esta estrutura é muito importante para os apicomplexos pois acredita-se que ela é fundamental para que estes seres consigam penetrar nas células do hospedeiro. Antigamente, o filo era chamado de Sporozoa, o que fazia referência ao fato de que vários integrantes deste filo apresentam estágios de seus ciclos de vida em que há a formação de esporos. Outro aspecto que destaca os apicomplexos é o seu ciclo de vida, que geralmente apresenta estágios assexuados e sexuados. Um dos ciclos de vida mais complexos é o das espécies do gênero Plasmodium, que são as causadoras da malária em humanos. Primeiramente, elas são transmitidas por meio da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles. Nesta transmissão, os plasmódios se encontram na forma infecciosa, isto é, na forma de esporozoítos. Estes se deslocam até o fígado, aonde invadem as células deste órgão (os hepatócitos). Em seu interior, realizam a esquizogonia (divisão múltipla), gerando os merozoítos. Esta multiplicação leva ao rompimento das células do fígado, lançando os merozoítos na circulação sanguínea, que passam a invadir os glóbulos vermelhos. Dentro destas células, os merozoítos passam a crescer, passando pela fase de trofozoíto, que amadurece e passa para o estágio de esquizontes que, por sua vez, produz mais merozoítos. Alguns destes merozoítos, ainda dentro dos glóbulos vermelhos, podem se diferenciar em formas masculinas ou femininas (gametócitos), que podem circular na via sanguínea até serem ingeridos por um novo mosquito durante a picada. No interior do mosquito, os gametócitos continuam se alimentando do sangue do hospedeiro até se fundirem, formando um zigoto. Este zigoto passa por um novo ciclo reprodutivo até chegar ao estágio de esporozoíto, que entra no corpo humano pela picada do mosquito, iniciando o ciclo novamente.


Estruturas características do ciclo reprodutivo dos apicomplexos.

Estrutura do Plasmodium.

Rhizopoda (amebas): compreende os protozoários cujo principal meio de deslocamento são extensões de seu próprio citoplasma chamados de pseudópodes (do grego, "pés falsos"). O nome do filo "Rhizopoda" vem do fato que grande parte de suas espécies tem pseudópodes de aspecto ramificado. Já, "Sarcodina", um outro nome comumente usado para se referir a este filo, se refere ao aspecto e à consistência "carnosa" (carne, em grego, significa sarkos) de algumas de suas espécies. Os rizópodes costumam viver em ambientes como a água doce e o mar, sua principal forma de nutrição é a fagocitose de partículas de alimento e outros seres vivos por meio de seus pseudópodes e se reproduzem principalmente por fissão binária. Algumas amebas podem formar uma teca (uma forma de carapaça), sendo conhecidas como "tecamebas". As espécies deste filo podem ser de vida livre, mutualísticas ou parasitas. Certas espécies do gênero Entamoebacomo a Entamoeba gengivalis  e a Entamoeba coli, podem ser benéficas aos humanos, enquanto outras podem causar doenças, como a Entamoeba hystolitica, que causa a amebíase.

Amoeba proteus e seus pseudópodes.


Esquemas demonstrando o movimento ameboide característico dos rizópodes.

Actinopoda (actinópodes): compreendem os protozoários que apresentam, como principal estrutura locomotiva, pseudópodes. Os pseudópodes dos actinópodes (os axópodes), no entanto, são diferentes pois estes são mais rígidos, longos, se encontram perfilados e dispostos como raios ao redor da célula. Dentro dos actinópodes se encontram dois grupos principais: os radiolários, que vivem exclusivamente no mar e os heliozoários, que habitam as águas doces. Os radiolários apresentam uma série de estruturas características, dentre elas um esqueleto, que pode ser composto de sílica ou sulfato de estrôncio, conectado a uma cápsula interna central feita de quitina, diversos vacúolos, que armazenam uma variedade substâncias (a principal sendo os óleos, que servem como reserva energética além de permitir que o radiolário flutue), além de microalgas simbióticas (as zooxantelas), que fazem a fotossíntese, cujos produtos o protozoário pode aproveitar. Devido a esta última característica, os radiolários são considerados como parte do plâncton. Já os heliozoários são geralmente esféricos e podem, ou não, apresentar estruturas esqueléticas. Se diferenciam dos radiolários pois não possuem aquela cápsula central. Se nutrem principalmente capturando microrganismos e alimentos com seus pseudópodes.

Heliozoário comendo um ciliado


Heliozoário se deslocando.

Radiolário do gênero Spongosphaera.

Heliozoário do gênero Actinosphaerium.


Foraminifera (foraminíferos): filo que reúne os protozoários dotados de uma carapaça perfurada por onde saem os pseudópodes. Esta carapaça (ou testa) pode ser composta de carbonato de cálcio, quitina ou fragmentos calcários ou silicosos obtidos da areia. Vivem principalmente no mar, sendo que algumas espécies vivem fixadas ao substrato (bentônicas) e outras (planctônicas) são capazes de flutuar. Os seus pseudópodes se ramificam e se conectam entre si, formando uma rede de pseudópodes, que, neste filo, são referidos como "reticulópodes". Quando estes protozoários morrem, deixam suas testas para trás, que, com o tempo, se acumulam no fundo dos oceanos, formando novas camadas rochosas. Os foraminíferos são muito úteis para as petrolíferas pois o estudo de suas carapaças nos permite compreender como o ambiente era nas proximidades de onde o "microfóssil" foi encontrado, ajudando a localizar possíveis reservas de petróleo. Assim como os actinópodes, podem abrigar diversas espécies de microalgas, aproveitando dos produtos da fotossíntese e, portanto, também são classificadas como parte do plâncton.

Reticulópodes de um foraminífero.

Carapaças de foraminíferos.

Classificação das algas: um dos principais critérios utilizados para classificar as algas é o pigmento que cada grupo armazena em seus plastos, além do formato e das estruturas que apresentam. Seguindo o sistema adotado pelo livro didático, as algas são classificadas em oito filos distintos: Chlorophyta, Phaeophyta, Rhodophyta, Bacillariophyta, Chrysophyta, Euglenophyta, Dinophyta e Charophyta.

Chlorophyta (clorófitas ou algas verdes): é o principal filo das algas e também um dos mais diversos entre as demais. Podem variar entre unicelulares (como as algas do gênero Chlamydomonas) e pluricelulares (como os alfaces-do-mar), enquanto os seus talos podem ser de formato unicelular, colonial (gênero Volvox), filamentoso (gênero Spirogyra) ou parenquimatoso (gênero Ulva)  Suas células possuem parede celular feita de celulose e reservam energia na forma de amido. Devido a sua coloração esverdeada (o que se deve, principalmente, à clorofila) as espécies deste grupo são genericamente chamadas de "algas verdes". Grande parte das clorófitas são aquáticas, vivendo no mar ou em águas doces, compondo uma parte notável do plâncton. Algumas espécies também podem viver em ambientes úmidos, como os troncos de árvores. Em certas ocasiões, estas algas verdes podem estabelecer relações simbióticas com algumas espécies de fungos, formando o líquen. Os fungos oferecem proteção e garantem nutrientes às algas, que, por sua vez, fornecem os produtos da fotossíntese aos fungos. As algas verdes também podem viver no interior de células animais, principalmente as dos cnidários, criando uma relação que segue os mesmos princípios do líquen: ambos os lados saem ganhando. 


Chlamydomonas (alga verde unicelular)

Spirogyra (alga verde filamentosa)

Volvox (alga verde colonial)

Ulva (alga verde parenquimatosa)

Phaeophyta (feófitas ou algas pardas): são estritamente multicelulares e marinhas. Seu tamanho pode variar de alguns centímetros (Postelsia - cerca de 5cm) até dezenas de metros de comprimento (Macrocystis pyrifera até aproximadamente 70m) . Apresentam estruturas muito parecidas com as das plantas, porém, como estas não apresentam os mesmos tecidos que as plantas possuem, os seus corpos são considerados talos (que podem ser filamentosos, parenquimatosos ou pseudo-parenquimatosos, ou seja, não apresentam raiz, caule ou folhas. Suas células podem ter parede celular feita de celulose ou uma substância chamada algina.  Como dito, as algas pardas são seres exclusivamente marinhos e podem apresentar duas formas de vida: bentônicas (como é o caso das algas conhecidas como kelps, formando extensas "florestas submarinas") e flutuantes (como principal exemplo as algas do gênero Sargassum). Por causa de um pigmento que apresentam, a fucoxantina, o verde da clorofila acaba sendo ocultado e faz com que estas algas adquiram essa coloração mais castanha. Existem inúmeras aplicações econômicas e contribuições ecológicas prestadas por estas algas. A algina, que compõe a parede celular destas algas, é utilizada na indústria alimentícia, farmacêutica, cosmética, entre diversas outras. Algas como a kombu são comestíveis e muito usadas para o preparo de pratos como o sushi, por exemplo. As florestas de kelps servem como abrigo para diversas espécies marinhas, sendo, então, muito importantes para elas.

As algas do gênero Postelsia são as menores dentre as feófitas
As algas do gênero Sargassum apresentam pequenas "bolsas de ar" que auxiliam na flutuação.

Rhodophyta (rodófitas ou algas vermelhas): são majoritariamente pluricelulares e habitam especialmente mares tropicais, podendo, também, ser encontradas em água doce ou em superfícies úmidas. Seus talos são predominantemente filamentosos. Suas paredes celulares são feitas de celulose, contudo, existem espécies que depositam carbonato de cálcio nestas estruturas, adquirindo um aspecto mais rígido e petrificado. Estas espécies são chamadas de "algas coralíneas". As rodófitas apresentam pigmentos como a ficoeritrina, que as tornam avermelhadas, por isso, estas algas são chamadas de "algas vermelhas". As algas vermelhas, mais especificamente as algas coralíneas, possuem uma grande importância ecológica, pois, devido ao seu aspecto rígido, conseguem absorver grande parte do impacto das ondas, tornando o ambiente ao seu redor mais tranquilo, permitindo que outras espécies marinhas se instalem por perto, principalmente os corais, que, por sua vez, podem abrigar diversas outras criaturas marinhas.

Exemplo de rodófita: Rhodymenia palmetta


Bacillariophyta (diatomáceas): as diatomáceas são organismos exclusivamente unicelulares que podem chegar até 2mm de comprimento. Podem se organizar em colônias. Habitam água doce e fria. Podem flutuar e realizam fotossíntese, fazendo parte, então do fitoplâncton. A principal característica deste filo é que as suas células são envolvidas por uma carapaça de sílica (dióxido de silício), a frústula. A frústula, na verdade, é composta por duas partes (epiteca e hipoteca) que se encaixam perfeitamente. Além disso, a frústula é ornamentada com diversas estruturas, esta característica é fundamental para a classificação das diatomáceas. A princípio, as diatomáceas podem apresentar duas formas de simetria: radial ou bilateral. Estas algas possuem uma certa importância econômica pois as frústulas, com o tempo, acabaram acumulando no fundo do mar, dando origem a uma camada rochosa conhecida como diatomito, que foi utilizado como material de construção em diversas obras que persistem até os dias de hoje, como o aqueduto de Roma e o canal de Suez.
Diatomito


Simetria das diatomáceas

Chrysophyta (crisófitas ou algas douradas): são principalmente unicelulares e de água doce, podendo viver na forma de colônias. Seus pigmentos conferem uma coloração amarelada, por isso, são chamadas de "algas douradas". Suas paredes celulares podem apresentar depósitos de sílica, o que é uma característica que têm em comum com as diatomáceas. Suas células podem ter flagelos para se deslocar e uma de suas principais formas de reserva energética são os óleos.


Colônia de algas douradas.

Euglenophyta (euglenoides): são organismos exclusivamente unicelulares e majoritariamente de água doce. São seres de vida livre. Possuem estrutura celular e comportamentos incaracterístico das algas. Por exemplo, os euglenoides não apresentam parede celular como as outras algas, dependendo do vacúolo contrátil para controlar as pressões osmóticas. A falta de uma parede celular remove a rigidez da célula, o que permite (juntamente com o flagelo) que o euglenoide se desloque e consiga secontrair mais facilmente. Outras estruturas que as suas células apresentam são um par de flagelos (sendo que só um deles é utilizado para a locomoção) e o estigma, capaz de perceber diferenças de luminosidade. Os euglenoides têm um caráter muito mais "animal", ou seja, mais próximo aos protozoários, do que "vegetal", logo, se distanciam das algas, o que levanta discussões quanto a sua classificação: por exemplo, os euglenoides, de fato, conseguem realizar fotossíntese, porém, quando não há alguma forma de luminosidade, podem recorrer à fagocitose para obter alimentos (apresentam nutrição mixotrófica).

Afinidade dos euglenoides pela luz.


Flexibilidade dos euglenoides.

Euglena viridis


Dinophyta (dinoflagelados): algas unicelulares e marinhas. Apresentam dois flagelos que utilizam para se deslocar por meio de "rodopios" (dino, em grego, significa "rodopiantes"). Este filo também pode ser chamado de "Pyrrophyta" (pyro, em grego, significa "fogo") por causa da cor vermelha característica destas algas. Assim como as crisófitas e as diatomáceas, podem apresentar carapaças ou tecas envolvendo a célula, estas, porém, são compostas de celulose. Alguns dinoflagelados não possuem cloroplastos, assim se nutrem heterotróficamente. Até mesmo espécies que apresentam cloroplasto podem recorrer a ambos os processos de nutrição (fagocitose e fotossíntese), caracterizando, assim uma nutrição do tipo mixotrófica. Certos dinoflagelados, quando não apresentam alguma carapaça, podem viver no interior de outros organismos em uma relação de endossimbiose, portanto, também fazem parte do fitoplâncton. Alguns dinoflagelados apresentam a propriedade de bioluminescência sendo que o efeito que provocam na água é mais visível durante a noite (como é o caso das espécies do gênero Noctiluca). Os dinoflagelados podem provocar fortes impactos ecológicos caso se reproduzam muito rapidamente. Este fenômeno é conhecido como maré vermelha e é caracterizado pelo mar assumir uma cor avermelhada em decorrência do crescimento populacional destas algas. O perigo apresentado por este fenômeno se deve por dois fatores principais: primeiro, com o aumento da população de algas, o oxigênio presente na água passa a ser consumido intensamente, tornando essa substância cada vez mais indisponíveis aos seres que vivem nessas águas, levando à morte por asfixia; segundo, estas algas podem liberar diversas substâncias tóxicas, podendo matar os organismos marinhos ou contaminá-los, o que pode chegar até os humanos por meio do consumo destes seres afetados. A maré vermelha ocorre principalmente devido à poluição e falta de tratamento de esgoto eficiente, o que oferece uma maior quantidade de matéria orgânica para a proliferação destas algas.




Maré vermelha.


Efeito bioluminescente dos dinoflagelados Noctiluca.

Charophyta (carófitas): são algas multicelulares de alga doce. Possuem uma coloração esverdeada. Geralmente são seres bêntonicos, vivendo fixos ao substrato marinho. Apresentam um talo filamentoso com vários nós e ramificações, lembrando um musgo. Como a maioria de suas espécies acumula carbonato de cálcio em suas paredes celulares, se tornam muito rígidas e ásperas, lembrando pedras. Por isso, as carófitas são comumente chamadas de "musgos pétreos". Devido a sua cor esverdeada e por não haver muitas características que as distingam dos demais filos, em algumas classificações as carófitas são inclusas no grupo das clorófitas. 


Exemplo de carófita: Nitella flexilis.

Importância ecológica e econômica dos protistas:
Indubitavelmente, o aspecto mais importante dos protistas de forma geral é a produção de oxigênio. O fitoplâncton, composto por diversas espécies de algas, bactérias e protozoários, é responsável, por si só, por quase 90% do oxigênio que é produzido na Terra. A fotossíntese, realizada por estes seres, só não é fundamental para a produção de oxigênio como também produz a energia que, armazenada nestes organismos, serve de base para a cadeia alimentar. Isto é, os protistas e bactérias, aos servirem de alimento para outros seres vivos, passam adiante, para diversos níveis tróficos diferentes, a energia que produziram e reservaram por meio da fotossíntese. As algas armazenam vários nutrientes, como nitrogênio e fosfato, portanto, podem ser usadas como adubo ou na produção de fertilizantes. Como já explicado, certas algas também oferecem abrigo para outros seres vivos, permitindo que a biodiversidade floresça, seja nas florestas de kelps ou nos recifes de corais que as algas coralíneas ajudam a criar. As algas pardas e as suas substâncias, também, estão presentes em diversas atividades econômicas, como na culinária (sushi), na indústria alimentícia, indústria farmacêutica, pesquisa científica, etc.

Fontes:

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