quarta-feira, 8 de abril de 2020

Material sobre vírus


É fundamental, nos dias de hoje, a busca por uma melhor compreensão quanto ao funcionamento destas minúsculas entidades tendo em vista a série de curiosidades e intrigas que eles despertam. Um dos principais objetivos da virologia é, por meio do estudo dos vírus, desenvolver métodos para prevenir a propagação das inúmeras doenças provocadas por estes seres e encontrar formas de tratá-las. Isto é de extrema importância considerando que, algumas viroses podem ser notavelmente perigosas. Estes estudos e pesquisas trazem grandes avanços no desenvolvimento de novas tecnologias e métodos cada vez mais eficientes no controle de doenças (inclusive as mais novas), o que reforça o quão relevante eles são.

Resumo sobre vírus:
1) Seres vivos ou não?
Os vírus são umas das entidades biológicas mais curiosas de todas, embora apresentem uma composição química característica das "coisas vivas", com ácidos nucleicos, proteínas, lipídios, entre outros, não cumprem uma série de pré-requisitos ou funções que, justamente, servem para definir um ser vivo, como apresentar metabolismo próprio, ser capaz de se reproduzir e possuir células.
Por isso, existe um debate entre os biólogos que consideram os vírus seres vivos e os que não os consideram como seres vivos. Hoje em dia, o consenso é que estas entidades não correspondem a seres vivos justamente pelo fato de que não apresentam grande parte das características e traços que constituem um ser vivo. Não são feitos de células, para se reproduzirem precisam estar em uma célula hospedeira, não produzem sua própria energia, utilizando da energia e dos mecanismos da célula hospedeira para sintetizar componentes e replicar seu material genético.
2) Características gerais dos vírus:
  • São organismos muito pequenos, menores até que as bactérias, os menores seres vivos encontrados na Terra.
  • São parasitas obrigatórios, isto é, precisam parasitar uma célula hospedeira de modo a poderem se reproduzir.
  • Não possuem metabolismo próprio (não digerem nutrientes, não sintetizam seus próprios materiais e não produzem sua própria energia).
  • São seres acelulares, isto é, não possuem célula.
  • Como são seres acelulares, não possuem organelas como ribossomos e mitocôndrias, o que influi em suas incapacidades de produzirem sua própria energia e materiais (proteínas, ácidos nucleicos, etc.).
  • Não crescem.
  • Possuem especificidade celular, só conseguem adentrar células que possuem proteínas receptoras em seu meio externo que "encaixem" com as proteínas do vírus (sistema chave-fechadura similar ao das enzimas).
  • Evoluem através de mutação: se deve a uma série de fatores, primeiro, os vírus se reproduzem a um ritmo muito acelerado, e, por causa disso, erros no processo de replicação são muito comuns. Isso, por si só, não seria necessariamente um problema, tendo em vista que existem mecanismos que "revisam" as fitas codificadas, porém, estes mecanismos não são tão frequentes em vírus, principalmente nos vírus de RNA, aonde são não existentes, portanto, estes erros acabam passando, levando ao surgimento de vírus com genomas distintos.
  • Podem causar doenças (viroses) e infectam qualquer tipo de célula (desde bactérias até plantas e animais).
3) Estrutura dos vírus: os vírus são seres muito simples, sendo compostos por:
a) Um material genético feito de DNA, RNA ou dos dois simultaneamente, responsáveis por servir como base para a reprodução do vírus, indicar o empacotamento e alterar as funções da célula hospedeira de modo a favorecer o vírus.
b) Uma cápsula proteica que envolve o material genético chamada de capsídeo. É composto por capsômeros (monômeros), e o conjunto formado pelo capsídeo e o material genético é chamado de nucleocapsídeo. Nos vírus que não possuem envelope, é a estrutura aonde estão as proteínas ligantes responsáveis por fazer o reconhecimento da célula hospedeira e a ligação entre o vírion e a célula.
c) O envelope viral, estrutura composta por uma bicamada de fosfolipídios, além de proteínas de membrana responsáveis por fazer o reconhecimento do meio externo, não está presente em todos os vírus. É comum que o vírus adquira esta estrutura depois de ter infectado a célula hospedeira como uma forma de evitar ser detectado como uma célula invasora pelo organismo.
4) Formato dos vírus:
O vírus, enquanto fora da célula hospedeira, se encontra em um estado parado, estático, chamado de vírion. Assim que adentra a célula hospedeira e começa a influenciar o funcionamento desta, passa a ser chamado de vírus.
a) Formato complexo: vírus que apresentam estruturas de diversos tipos. O melhor exemplo é o bacteriófago, que possui uma cabeça icosaédrica (um poliedro, sólido com muitas faces poligonais planas, de 20 lados), uma cauda helicoidal, além de fibras proteicas na base que lembram as patas de um inseto. Ex.: bacteriófago
b) Formato poliédrico: o capsídeo do vírus tem o formato de um poliedro, em que os capsômeros têm formato de triângulo. Podem ser envelopados ou não. Ex.: adenovírus (não envelopado), HIV (envelopado)
c) Envelopados: vírus que possuem envelope viral. Geralmente têm formato esférico.
d) Formato helicoidal: lembram um bastão, o genoma está enrolado em torno de um eixo no interior do capsídeo. Ex.: vírus do mosaico do tabaco.
5) Replicação viral:
- Primeiramente, é importante ressaltar que nem todos os vírus são prejudicais ao organismo. O melhor exemplo é o bacteriófago, que infecta bactérias nocivas e as destrói quando os vírions são liberados ao meio externo.
- O ciclo de vida do vírus é composto por uma série de etapas que podem tomar dois rumos distintos, o ciclo lítico ou o ciclo lisogênico. As etapas são as seguintes:
1) Adsorção: o vírion se adere à membrana da célula hospedeira por meio das proteínas receptoras encontradas na membrana.
2) Penetração/Entrada: o genoma viral entra na célula hospedeira. Essa fase pode ocorrer de várias maneiras, como apenas o genoma entrando na célula e as outras estruturas sendo abandonadas; o envelope viral pode ser absorvido pela membrana plasmática e o capsídeo desfeito; ou o vírion completo pode ser englobado pelas invaginações da membrana.
3) Desnudamento: ocorre no caso de vírions que foram admitidos sem antes terem seus envoltórios desfeitos. Nesta fase, as enzimas da célula hospedeira digerem a cápsula proteica, liberando o genoma viral no citoplasma.
4) Síntese/Replicação do material genético: depende se o genoma do vírus é um RNA de sentido negativo ou positivo, no primeiro caso, é necessário realizar uma cópia do RNA em seu sentido positivo antes. Nesta fase, é realizada a síntese dos materiais que serão usados para montar os vírions (proteínas e ácidos nucleicos)
5) Montagem: os monômeros sintetizados na fase anterior são utilizados para montar as estruturas dos vírions (genoma e capsídeo).
6) Liberação (ciclo lítico): os vírions produzidos são liberados ao meio extracelular por meio da destruição da célula (os vírions liberam uma enzima, sintetizada com os mecanismos da célula hospedeira, que degrada a membrana plasmática, promovendo um rompimento)
- No ciclo lisogênico, o material genético do vírus se incorpora ao da célula hospedeira, deste modo, não provoca mudanças no funcionamento desta, que continua saudável. O espalhamento do genoma viral ocorre com a divisão celular, pois seus genes são mantidos agregados aos das células do organismo. Em alguns casos, o vírus pode se replicar por ambos os modos, como é o caso do HIV, o que explica o período da infecção em que não há sinais de doença, que é seguido pela manifestação da doença.
6) Doenças virais (viroses):
- Doenças que afetam principalmente animais: gripe aviária (H5N1) e raiva.
- As viroses não podem ser tratadas com antibióticos, pois os vírus, por não serem vivos, não podem ser ser "mortos", assim, o tratamento tem como objetivo principal controlar a sua replicação.
Abaixo está uma lista com 16 doenças virais com 15 dicas cada que seria usada para o jogo do vírus:
a) SARS-CoV (Coronavírus relacionado à Síndrome Respiratória Aguda Grave):
1) Sintomas: dor de cabeça, dor muscular e febre seguidos por sintomas respiratórios como tosse, pneumonia, diarreia e falta de ar.
2) Doença causada: SARS (período de surto 2002-2003)
3) Infecta humanos, morcegos e outros mamíferos.
4) Distribuição geográfica: apareceu primeiramente na província de Guangdong, China. Outros casos foram confirmados no Canadá, Hong Kong, Taiwan, Cingapura e Vietnã.
5) Forma de transmissão: contato da membrana mucosa (tecido que reveste as aberturas do corpo) com fluidos de infectados (principalmente por espirro, tosse ou saliva).
6) Profilaxia: lavagem das mãos, evitar entrar em contato com fluidos corporais, desinfecção de superfícies e objetos pessoais de infectados, isolamento de infectados ou com suspeita de infecção. Ainda não foi desenvolvida vacina para o vírus.
7) Tratamento: uso de antitérmicos (reduz os sintomas da febre), ventilação mecânica ou artificial e drogas antivirais.
8) Pertence à família Coronaviridae.
9) Possui envelope viral.
10) Possui RNA de sentido positivo.
11) Durante o seu surto no começo dos anos 2000, infectou cerca de 8000, matando aproximadamente 800.
12) Sua doença já foi declarada como contida.
13) A fatalidade da doença é maior entre idosos. 
14) Seu genoma é um dos maiores entre os vírus com RNA, tendo aproximadamente 29,7kb (mil pares de bases nitrogenadas).
15) O vírus possui projeções em seu envelope viral que lembram a figura de uma coroa. 

b) SARS-CoV-2 (Coronavírus relacionado à Síndrome Respiratória Aguda Grave 2):
1) O número de mortos já chegou a 3 mil e o número de recuperados a quase 50 mil. *(dados obtidos em: https://www.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd40299423467b48e9ecf6 no dia 02/03/20)
2) Profilaxia: lavagem das mãos, evitar entrar em contato com fluidos corporais, desinfecção de superfícies e objetos pessoais de infectados, isolamento de infectados ou com suspeita de infecção. Ainda não foi desenvolvida vacina para o vírus.
3) Seu genoma tem aproximadamente 29,9kb (mil pares de bases nitrogenadas).
4) Possui RNA de sentido positivo.
5) Pertence à família Coronaviridae.
6) A fatalidade da doença é maior entre idosos.
7) O vírus possui projeções em seu envelope viral que lembram a figura de uma coroa.
8) Distribuição geográfica: origem do surto na província de Wuhan, na China. Atualmente, já foram confirmados casos em todos os continentes e em mais de 60 países.
9) Forma de transmissão: principalmente de humano para humano por meio do contato com fluidos corporais infectados (espirro e tosse).
10) Doença causada: COVID-19
11) Possui envelope viral.
12) Infecta principalmente mamíferos (humanos e morcegos, por exemplo), com supostas origens em répteis também (como em cobras).
13) Sintomas: dor de cabeça, tosse, febre, e pode se desenvolver a pneumonia, falência múltipla dos órgãos e morte.
 14) Até então, foram confirmados pouco mais de 90 mil casos em todo o mundo. *
15) Tratamento: uso de antivirais e remédios que reduzem o efeito dos sintomas (como antitérmicos) e oxigenoterapia.

*Informações obtidas em: https://coronavirus.jhu.edu/map.html no dia 02/03/2020

c) EBOV (Zaire ebolavirus):
1) Profilaxia: evitar o consumo da carne de animais que podem se infectar, como morcegos, macacos e roedores ou cozinhar bem a carne e o sangue destes; evitar o contato com fluidos de contaminados; desinfecção de superfícies e objetos; em enterros ou rituais semelhantes, garantir sempre a existência de uma barreira que evite o contato direto com o corpo. Já foi desenvolvida uma vacina para o vírus.
2) Possui RNA de sentido negativo.
3) Tratamento: administração intravenosa de nutrientes e fluidos para compensar a perda de sangue; oxigenoterapia; medicamentos para reduzir os efeitos da diarreia e diminuir a frequência de vômitos e medicamentos para controlar a pressão do sangue.
4)   A doença causada tem sido relatada desde os anos 70 na República Democrática do Congo, porém, ganhou maior notoriedade na década passada com um surto que se concentrou em países da África Ocidental como Guiné, Nigéria e Mali.
5) Forma de transmissão: contato com fluidos corporais contaminados (saliva, muco, suor, vômito, sêmen, etc.). Cadáveres de infectados também podem transmitir a doença. 
6)   Pertence à família Filoviridae.
7) Foram registrados cerca de 30 mil casos da doença, que matou quase 12 mil pessoas durante sua epidemia.
8) O seu genoma tem cerca de 19kb (mil pares de bases).
9) Sintomas: febre, dores na garganta, dores musculares, dores de cabeça, diarreia e sangramento.
10) A doença recebe o nome de um rio da República Democrática do Congo, aonde foi registrada a primeira ocorrência desta doença.
11) É um dos vírus mais letais já vistos, porém, sua propagação já foi controlada.
12) O formato de seu vírion lembra um fio.
13) Possui envelope viral.
14) Infecta geralmente animais comuns às florestas da região como morcegos, artrópodes e roedores, que transmitem à doença a humanos. 
15) Sua maior epidemia deflagrou entre os anos de 2013 e 2016 e concentrou-se nos países da África ocidental.

d) Poliovirus (poliomielite):
1) Embora possa afetar indivíduos de todas as idades, está principalmente associada a crianças, que foi, historicamente, a faixa etária mais atingida por esta doença.
2) Profilaxia: vacinação oral ou por injeção.
3) O seu genoma tem cerca de 7500 nucleotídeos.
4)Por ser muito menos complexo que os demais vírus, não tendo envelope proteico, possuindo apenas RNA e um genoma mais curto, é tido como o vírus simples mais significante.
5) Não apresenta envelope viral.
6) Pertence ao gênero Enterovirus.
7) Quando se reproduz, os vírions são liberados ao meio externo por meio de lise, o que é perigoso quando o vírus infecta as células do sistema nervoso.
8) Forma de transmissão: a transmissão ocorre, de humano para humano, principalmente por meio da ingestão de vestígios de fezes contaminadas na água e em alimentos (mais comum em países em desenvolvimento). Pode ser transmitido também por meio da saliva.
9) Na maioria dos casos, o vírus não afeta o sistema nervoso central (SNC), com os sintomas sendo: febre, mal-estar, vômito, dores na garganta e dores de cabeça. A recuperação se dá em algumas semanas.
10) Possui RNA de sentido positivo.
11) Só infecta humanos.
12) Tratamento: alívio de sintomas por meio de antibióticos para evitar a infecção de músculos e analgésicos para o alívio da dor muscular. Reabilitação por meio de fisioterapia, uso de calçados ortopédicos, etc. Emprego de ventilação ou pulmões de aço para auxiliar a respiração.
13) No Brasil, para tornar a vacinação oral para esta doença mais atrativa para as crianças, foi criado o personagem Zé Gotinha.
14) No caso de o vírus afetar o sistema nervoso central (SNC), o infectado pode desenvolver uma forma de meningite ou, na menor parte dos casos, ocorre a destruição de neurônios motores, provocando fraqueza muscular, perda de reflexos e paralisia flácida aguda.
15) É, atualmente, uma das doenças próximas da erradicação segundo a OMS. 

e) HCV (Hepacivirus C)
1) Tratamento: indivíduos afetados com a doença são recomendados a não consumir bebidas alcoólicas entre outros produtos e remédios que sejam prejudiciais ao fígado. Vacinação para hepatite A e B também são indicados, assim como o uso de remédios antivirais.
2) Em comparação aos vírus do mesmo gênero, não há vacina para este vírus em específico.
3) Infecta principalmente primatas.
4) Até alguns anos atrás, cerca de 143 milhões de pessoas estavam infectados com esta doença, com quase 500 mil mortes no mesmo ano.
5) Possui RNA de sentido positivo.
6) Forma de transmissão: compartilhamento de agulhas no uso de drogas ou uso de agulhas que entraram em contato com sangue contaminado e não foram corretamente esterilizadas (exames e doação de sangue, por exemplo), prática de sexo sem proteção, compartilhamento de objetos em geral que entraram em contato com sangue e transmissão de mãe para feto na hora do parto ou na amamentação.
7) Seu genoma tem 9,6kb (mil pares de bases).
8) Pertence à família Flaviviridae, cujos integrantes são conhecidos por causar doenças que provocam a mudança da cor da pele para amarelo.
9) Profilaxia: ainda não foi desenvolvida uma vacina para esta doença. É recomendado evitar o compartilhamento de objetos como seringas e praticar sexo desprotegido. Fornecimento de agulhas e seringas novas para centros médicos e, em países com acesso a tais instrumentos limitados, incentivar a aplicação de vacinações por via oral.
10) O risco de infecção é maior entre idosos, usuários de drogas, receptores de sangue e órgãos.
11) Afeta principalmente o fígado e o restante da região abdominal.
12) Sintomas: pode se tratar de uma infecção aguda (pouco duradoura) ou crônica (dura por um longo período). Nas infecções agudas, os sintomas podem ser: náusea, vômito, dores abdominais, apetite reduzida, perda de peso e urina escura. Nos casos crônicos, a doença geralmente desenvolve, após alguns anos, câncer de fígado ou cirrose, que, por sua vez, pode levar a sangramentos e icterícia (pele amarelada).
13) Pertence ao gênero Hepacivirus.
14) Possui envelope viral e se replica nas células do fígado.
15) Apresenta um perigo maior em países com menos acesso à material hospitalar esterilizado e com problemas de alcoolismo e uso de drogas pois pode se espalhar mais facilmente nestas condições. 

f) Herpes simplex virus (Vírus do herpes)

1) Formas de transmissão: contato com uma lesão (cicatrizes e pequenas aberturas na pele ou membranas mucosas da boca ou regiões genitais) ou fluidos corporais (saliva, sêmen, fluidos vaginais e fluidos de bolhas estouradas) de infectados.
2) Infectam, além de humanos, diversos outros tipos de animais, como macacos, equinos, bovinos, etc.
3) Pertence à família Herpesviridae.
4) Por ser transmitido principalmente pelo sexo, a doença causada por este vírus é muito comum.
5) Sintomas: é caracterizado pela formação de grupos de pequenas bolhas ou manchas vermelhas na região da boca ou dos órgãos genitais, sendo possível a ocorrência nas duas regiões simultaneamente. 
6) A transmissão da doença causada por este vírus é maior em regiões aonde o acesso a anticoncepcionais e preservativos é mais limitado ou o uso destes é menos aceito.
7) A doença é permanente no organismo, porém uma primeira infecção pelo vírus confere imunidade ao corpo, desta forma, as cicatrizes e bolhas não se formam mais.
8) Os sintomas que ocorrem na região da boca e dos órgãos genitais são provocados por tipos diferentes da mesma espécie de vírus.
9) Tratamento: não há cura para a doença, porém é possível reduzir a frequência, duração e intensidade das erupções, como analgésicos para a redução das dores e da febre e anestésicos locais para diminuir a coceira.
10) Pode ser classificada como uma IST (infecção sexualmente transmissível).
11) Segundo a OMS, uma das infecções causadas por este vírus está presente em aproximadamente 3,7 bilhões de pessoas com 50 anos ou menos.
12) Possui DNA.
13) Profilaxia: prática de sexo protegido (uso de camisinhas ou outros métodos de barreira). Para evitar a transmissão vertical (de mãe para bebê), é recomendado evitar ter relações sexuais desprotegidas próximas da semana do parto. No caso de a mãe estar infectada, uma maneira de evitar a transmissão é a realização de uma cesariana no parto. 
14) Possui envelope viral.
15) O genoma do vírus tem cerca de 152kb (mil pares de bases).

g) Influenzavirus A subtipo H1N1 (Vírus da Gripe)
1) Possui a proteína Hemaglutinina (H) do tipo 1 e a proteína Neuraminidase (N) também do tipo 1.
2) A principal ocorrência deste vírus foi durante os anos finais da primeira guerra mundial, em que dizimou entre 50 e 100 milhões de pessoas (5% da população da época), sendo então o vírus mais letal da história da humanidade.
3) A segunda pandemia deste vírus ocorreu no ano de 2009 e ficou conhecida como a gripe suína (ou gripe A). Em comparação com a gripe espanhola, contaminou muito mais (entre 700 milhões e 1,4 bilhões de infectados), porém, matou muito menos (entre 150 e 575 mil mortes).
4) Pertence ao gênero Alphainfluenzavirus.
5) Possui RNA de sentido negativo.
6) O seu genoma tem cerca de 13,6kb (mil pares de bases).
7) Os seus sintomas são similares aos sintomas da gripe comum: febre, tosse, dores na garganta, dor de cabeça, dores musculares, além de vômito, náusea e diarreia. A fatalidade da doença se dá quando o indivíduo já tem alguma forma de complicação de saúde, podendo levar ao desenvolvimento de pneumonia, por exemplo.
8) Formas de transmissão: tosse, espirro, contato com superfícies contaminadas (como maçanetas e corrimãos) e compartilhamento de objetos pessoais (como garrafas). 
9) Profilaxia: vacinação (principalmente entre pessoas de idade avançada, detentores de doenças crônicas como diabetes e doenças cardiovasculares ou pessoas com a imunidade comprometida); práticas de higiene como lavagem das mãos com sabonete e água ou com alguma forma de desinfetante a base de álcool; evitar tocar nariz, boca e olhos; ficar em casa enquanto doente; cobrir o nariz e/ou a boca quando espirrar ou tossir
10) Tratamento: se manter em repouso; consumir líquidos; tomar medicamentos que aliviem os sintomas (como o paracetamol para a febre e as dores musculares).
11) Uma classe de antivirais recomendados para o tratamento é a de inibidores da neuraminidase.
12) Possui envelope viral.
13) Causa uma doença sazonal, isto é, que se torna altamente infecciosas em períodos específicos do ano. Neste caso, ocorre principalmente durante o inverno.
14) Embora já exista vacina para esta doença, a OMS estima que ocorram entre 290 mil e 650 mil mortes por ano em todo o mundo. 
15) Em países em desenvolvimento, pode causar complicações maiores por inúmeras razões: acesso limitado a vacinas; maiores índices de ausência nas escolas e no trabalho, indisponibilidade de atendimento médico, entre outros.

h) Influenzavirus A subtipo H5N1 (Gripe Aviária)
1) A doença atinge principalmente aves. 
2) Possui RNA de sentido negativo.
3) Seu genoma tem um comprimento de aproximadamente 13,5kb (mil pares de bases).
4) Tratamento: uso de antivirais, principalmente os inibidores de neuraminidase.
5) Possui envelope viral.
6) Milhões de aves morreram em decorrência desta doença, sem contar os outros milhões de aves, dentre elas galinhas e perus (que são consumidos em grande quantidade) que foram mortas a fim de controlar a propagação da doença.
7) Já foi desenvolvida uma vacina para ser empregada na imunização de aves de criação.
8) Possui a proteína Hemaglutinina (H) do tipo 5 e a proteína Neuraminidase (N) do tipo 1.
9) Esta doença afeta principalmente uma classe específica dos cordados, porém é altamente letal em humanos.
10) Formas de transmissão: exposição a aves de criação (como galinhas, por exemplo), que estejam contaminadas e consumo da carne de aves mal cozida ou crua.
11) A doença é caracterizada como sendo tanto epizoótica, ou seja, é uma epidemia que ocorre em populações não-humanas (neste caso, concentrando-se nas aves), como também panzoótica, podendo ser transmitida para animais de diversas espécies, como felinos, suínos e inclusive humanos. A transmissão das aves para outros animais, no entanto, é difícil, o que faz com que a as aves sejam as mais afetadas por esta doença. 
12) Profilaxia: lavagem como criações de aves, mercados de aves vivas ou locais aonde aves são mortas para não contrair o vírus e preparar bem carne de aves antes de consumi-las.
13) Pertence ao gênero Alphainfluenzavirus.
14) Os principais sintomas são respiratórios (febre e tosse), que podem se desenvolver em pneumonia, síndrome do desconforto respiratório agudo e morte.
15) Os primeiros casos desta doença em humanos foram registrados em 1997 na China e, até hoje, ocorreram pouco mais de 700 casos de infectados ao todo. Por mais que o vírus seja muito raro em humanos, a CDC confirmou morte em 60% dos infectados. 

i) Vírus do Sarampo
1) Formas de transmissão: assim como outras viroses, é principalmente transmitida pela tosse, espirro e contato com superfícies contaminadas. Infecta apenas humanos e, segundo a CDC, é tão contagiosa que, se apenas uma pessoa ter a doença, 90% das pessoas na mesma sala podem ser infectadas. 
2) As vacinas empregadas para esta doença são erroneamente associadas com casos de autismo.
3) Pertence à família Paramyxoviridae.
4) Foi uma das doenças trazidas durante o período da conquista do continente americano pelos europeus. Como os nativos não tinham imunidade a esta doença assim como os europeus, uma enorme parte de suas populações foram dizimadas. 
5) Profilaxia: a principal forma de prevenção é a vacinação, geralmente empregada em conjunto com as vacinas para a rubéola e caxumba. É recomendado que cada criança receba duas doses desta vacina, tendo em vista que, geralmente, não desenvolvem uma imunidade completa à doença na primeira dose. 
6) Possui envelope viral.
7)  Possui RNA de sentido negativo.
8) Tratamento: embora não haja medicação antiviral específica para esta doença, é recomendado que seja garantida uma boa nutrição e um consumo adequado de líquidos para compensar pelas perdas por diarreia e vômitos. Os detentores desta doença devem tomar suplementos de vitamina A para compensar os níveis baixos desta vitamina que ocorrem em quase todos os casos, mesmo nos mais saudáveis, a fim de evitar os riscos de danos aos olhos e cegueira.
9) Segundo a CDC, a doença nos últimos anos apresentou uma ressurgência. Em 2018, por exemplo, foram confirmados cerca de 10 milhões de infectados.
10) Seu genoma tem cerca de 16kb (mil pares de bases).
11) A doença é tida como uma doença infantil, porém, pode afetar pessoas de diversas faixas etárias.
12) Sintomas: aparecem após uma ou duas semanas após a infecção. Os principais são: tosse, febre, coriza; febre; dor na garganta; conjuntivite; irritações e erupções ou manchas vermelhas na pele. O sarampo pode trazer complicações como diarreia, pneumonia e encefalite, mas a maior destas é a supressão do sistema imunológico, que pode durar algumas semanas, deixando o corpo indefeso à outras doenças. 
13) Recentemente, com o crescimento do movimento antivacina nos Estados Unidos, houve o ressurgimento desta doença.
14) Segundo a CDC, por causa da ressurgência da doença, os números de mortos também vêm subindo. Em 2018, foram quase 140 mil, enquanto em 2016 foram 90 mil.
15) Infecta apenas humanos.

j) Rabies lyssavirus (Vírus da Raiva)
1) Possui RNA de sentido negativo.
2) Quando o paciente apresenta sintomas, é impossível que este se recupere, portanto, possui uma mortalidade de quase 99%.
3) Sintomas: os sintomas aparecem entre 1-3 meses após a infecção. Inicialmente, se manifestam febre e dor de cabeça. A doença provoca a inflamação do cérebro e das meninges, o que leva ao desencadeamento de uma série de sintomas relacionados ao comportamento, dentre eles estão: paranoia, comportamento anormal, agitação, confusão, insônia, paralisia, comportamento violento, hidrofobia (aversão à água e dificuldade para engolir fluidos) e progridem até delírio, coma e morte em até 10 dias após a manifestação dos primeiros sintomas. 
4) Segundo a OMS, ocorrem dezenas de milhares de mortes todos os anos por causa desta doença.
5) Pertence à família Rhabdoviridae.
6) A doença também é conhecida como “hidrofobia” em decorrência de um de seus sintomas, que é a aversão à água e a dificuldade em engolir líquidos. 
7) Infecta principalmente mamíferos como cachorros, morcegos e gatos.
8) Este vírus não pode ser transmitido de humano para humano, apenas de animal para humano.
9) Afeta principalmente as células do sistema nervoso.
10) Mordidas de cachorros são, em 99% dos casos, responsáveis pela transmissão da doença para humanos. 
11) Profilaxia: a maneira mais efetiva de prevenir o alastramento desta doença é pela vacinação de animais tendo em vista que são os únicos organismos capazes de transmitir o vírus para humanos. Há também uma vacina para humanos. Outros meios efetivos são: manter constante observação sobre animais domésticos, mantendo-os longe de animais com comportamento suspeito; não se aproximar de animais que apresentem sintomas como salivação excessiva e comportamento violento; contatar o controle de animais quando encontrar um animal que aparente ter estes sintomas e, no caso de ser mordido, lavar o ferimento com água e sabão constantemente e entrar em contato com um médico. 
12) Seu genoma tem aproximadamente 12kb (mil pares de bases).
13) Formas de transmissão: raramente ocorre de humano para humano, sendo, na maioria dos casos, transmitido pela mordida de um animal. A ferida aberta pela mordida permite que o vírus, presente na saliva do animal doente, entre no organismo e o infecte.
14) Tratamento: a doença pode ser tratada antes dos sintomas aparecerem, portanto, em qualquer caso de suspeita de exposição a esta doença, devem ser tomadas medidas de acordo com a seriedade da exposição, que vão desde o tratamento da ferida até a aplicação de vacinas (que são efetivas mesmo depois de uma exposição) e administração de anticorpos específicos à doença.
15) Possui envelope viral.

k) Rubella Virus (RuV), vírus da rubéola.
1) Pertence ao gênero Rubivirus.
2) Possui envelope viral.
3) Profilaxia: vacinação, que pode ser monovalente (imuniza apenas contra esta doença em específico) ou em combinação com as vacinas para sarampo, catapora e caxumba. A vacinação é extremamente efetiva, conferindo uma imunidade duradoura de quase 95%.
4) Seu genoma tem aproximadamente 9,7kb (mil pares de bases).
5) Quando uma grávida contrai esta doença, pode ser fatal para o feto ou provocar malformações no bebê como microcefalia e surdez.
6) Formas de transmissão: o vírus é comumente transmissível por espirro ou tosse. Pode ser transmitido da mãe infectada para o feto podendo causar danos graves ao bebê. 
7) Sintomas: nas crianças, os primeiros sintomas apresentados são manchas vermelhas na pele, que duram até 3 dias. Outros sintomas que aparecem são febre, dor de cabeça, vermelhidão nos olhos, coriza, tosse e mal-estar.
8) A doença também é conhecida como “sarampo alemão”.
9) Tratamento: não há tratamento específico para esta doença sendo o alívio dos sintomas o procedimento mais comum. No tratamento de bebês com formação defeituosa (como nos olhos e no coração), é geralmente feita cirurgia para a correção de deformidades.
10) Possui RNA positivo.
11) É similar ao sarampo em relação aos sintomas, porém, tem uma duração mais curta e está mais relacionada a problemas de desenvolvimento do feto. 
12) É considerada uma das doenças erradicadas no continente americano.
13) A doença é uma das principais causas de doenças congênitas preveníveis por vacina do mundo. 
14) Segundo a OMS, é uma das doenças mais próximas da erradicação considerando a sua eliminação em 2 das 6 regiões da OMS e a vacina ter uma cobertura global de aproximadamente 69%. 
15) O nome da doença, em latim, significa “vermelho pequeno".

l) Vaccinia virus
1) Foi o princípio ativo utilizado na vacina desenvolvida para erradicar a varíola.
2) Por não causar sintomas muito graves e por ser da mesma família que a varíola, foi, e ainda é, empregado na imunização desta doença.
3) Possui envelope viral.
4) O vírus é responsável pela varíola bovina.
5) Embora a doença, na maioria dos casos, não manifeste sintomas, ela pode se desenvolver em pessoas com uma imunidade deficiente.
6) O nome da preparação biológica usada extensivamente para gerar imunidade a inúmeras doenças nas pessoas deriva do nome deste vírus.
7) Os sintomas que se manifestam em humanos são lesões nas mãos e nos braços pois a transmissão geralmente ocorre pelo contato físico.
8) Pertence à família Poxviridae.
9) Seu genoma tem 190kb (mil pares de bases).
10) Produtores rurais, principalmente os que ordenham as vacas, são os mais passíveis a contraírem esta doença pois entram em contato direto com as feridas provocadas pelo vírus.
11) Possui DNA.
12) Já houveram surtos desta doença no interior brasileiro, mais especificamente nos estados de Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
13) A doença é caracterizada pela formação de bolhas e feridas nas tetas das vacas e na boca dos bezerros em amamentação.
14) Outro método de transmissão do vírus é o consumo de leite cru proveniente de vacas contaminadas.
15) Os estudos sobre este vírus se desenvolveram no século 18 com o inglês Edward Jenner.
m) Vírus da febre amarela 

1) Possui RNA positivo.
2) Seu genoma tem 11kb (mil pares de bases).
3) Possui envelope viral 
4) Pertence à família Flaviviridae, conhecida por ter vírus que tem como um de seus principais sintomas a icterícia, em que a pele adquire uma coloração amarelada.
5) Sintomas: os sintomas começam a se manifestar de 3 a 6 dias depois da infecção, os principais sendo: febre, dor de cabeça, calafrios, fadiga, perda de apetite, dores musculares, náusea e vômito. Em 15% dos casos, doença progride para uma segunda fase, aonde se desenvolve a icterícia, em que a pele se torna amarelada em decorrência de ferimentos no fígado, além de dores abdominais. Fenômenos como sangramento do nariz, boca, nos olhos e vômito com sangue também são comuns. A fatalidade entre os indivíduos que desenvolvem a icterícia como um dos sintomas é maior, cerca de 20 a 50%, do que nos casos aonde este sintoma não se apresenta. 
6) Profilaxia: vacinação e evitar a disseminação dos mosquitos transmissores da doença, tendo em vista que estes são os únicos animais que podem transmitir a doença para humanos. A vacina é recomendada principalmente para aqueles que vão viajar para locais aonde a doença é recorrente pois os efeitos são mais graves do que nos nativos, que têm uma certa imunidade. Para o controle da população de mosquitos, existem programas que distribuem redes de mosquitos, fiscalizam as residências procurando acúmulos de água parada (meio em que o mosquito costuma se reproduzir) e instruem os cidadãos sobre como podem agir contra a sua propagação e evitar a mordida do mosquito (pondo areia em vasos de plantas, usando repelentes, vestindo camisas de mangas longas e calças, etc.
7) Tratamento:  não existem drogas antivirais desenvolvidas especificamente para esta doença, porém, tratamento dedicado a combater a desidratação, falência do fígado ou dos rins e febre geralmente trazem resultados melhores.
8) A vacina para esta doença é bastante efetiva, sendo que uma única dose é o suficiente para garantir uma imunidade que dure pelo resto da vida. Ela não é recomendada, no entanto, para pessoas com AIDS ou crianças com menos de 9 meses de idade pois o princípio ativo pode tomar vantagem do sistema imunológico enfraquecido/ainda não amadurecido e infectá-los, levando ao desenvolvimento da doença.
9) Há três gêneros de mosquitos envolvidos nos ciclos de transmissão da doença: os Haemagogus e os Sabethes no ciclo silvestre (que ocorre em áreas rurais ou de floresta) e o Aedes, cuja espécie mais famosa é o Aedes aegypti, no ciclo urbano.
10) No meio urbano, o principal vetor de transmissão da doença em questão é o mosquito Aedes aegypti.
11) No Brasil, a doença transmitida pelo ciclo silvestre é classificada como endêmica (que afeta a população de uma região em específico) na região amazônica em decorrência do vetor que transmite esta doença se reproduzir muito mais em climas quentes e chuvosos (como o da região) e por causa das baixas coberturas vacinais.
12) A doença está mais propensa a se espalhar em regiões de clima tropical como os encontrados na África e na América, portanto, ela é considerada endêmica em grande parte dos países destes continentes (incluindo o Brasil).
13) Segundo a OMS, um estudo baseado em dados coletados na África estimou que, somente no ano de 2013, ocorreram entre 84 e 170 mil casos da doença e de 29 a 60 mil mortes. 
14) Em 2017 foi desenvolvido pela OMS a estratégia EYE a fim de garantir, até 2026, a imunização de pelo menos 1 bilhão de pessoas à esta doença. O Brasil, um dos países sujeitos à sua propagação, também integra a estratégia.
15) É uma das demais doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti além da dengue, zica e chikungunya.

n) Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)
1) Formas de transmissão: o principal modo de transmissão é o contato sexual desprotegido, outras formas são o compartilhamento de seringas, recebimento de sangue infectado na transfusão de sangue e de mãe para criança durante a gravidez, parto ou após o nascimento (amamentação).
2) As populações mais afetadas por esta doença são: homossexuais, pessoas que usam drogas injetáveis, prisioneiros, trabalhadoras do sexo, etc.
3) Sintomas: o período inicial após o contágio pelo vírus é chamado de síndrome retroviral aguda e é marcada por uma série de sintomas similares à gripe. O segundo estágio é um período de equilíbrio em que as células imunológicas e os vírus estão interagindo e é predominantemente assintomática, este período é chamado de latência clínica. O terceiro e último estágio é o mais grave de todos, é a fase em que, em decorrência da queda na quantidade de células T e outras células do sistema imunológico, o corpo está passivo a infecções oportunistas por parte de bactérias, fungos, outros vírus, etc. Tornando até a infecção mais comum perigosa pois o organismo não está em condições de combatê-la. Além de poderem contrair diversas doenças letais, o portador pode também apresentar sintomas como perda de peso, febres prolongadas, suores noturnos, fraqueza, etc.
4) Pertence à família Retroviridae.
5) Em 2018, segundo a OMS, aproximadamente 37,9 milhões de pessoas em todo o planeta tinham o vírus.
6) Possui envelope viral.
7) De acordo com a OMS, desde o começo da epidemia, cerca de 75 milhões de pessoas já foram infectadas pelo vírus e 32 milhões de pessoas morreram pelo mesmo. 
8) Este vírus infecta, principalmente, as células do sistema imunológico, as mais importantes sendo as células T (ou CD4+), que estimulam as demais células do sistema imunológico. Atacando estas células, o sistema se torna cada vez mais enfraquecido, pois não é mais estimulado e, também, a este ponto o número de vírus dentro do organismo já é grande demais. Com o sistema imunológico essencialmente derrubado, o corpo se torna sujeito a doenças oportunistas, que se tornam muito mais perigosas e letais. 
9) Seu genoma tem aproximadamente 9,2kb (mil pares de bases).
10) Tratamento: o tratamento é feito principalmente com o uso de medicamentos antirretrovirais (que, no Brasil, são distribuídos gratuitamente pelo governo) que impedem a multiplicação do vírus no organismo, evitando o enfraquecimento do sistema imunológico.
11) A eclosão desta doença durante as últimas décadas do século 20 levou a uma forte discriminação dos portadores do vírus, desde rejeição até violência. Devido ao medo de contrair a doença, surgiram diversos rumores quanto aos modos de transmissão do vírus, quase todos equivocados como, por exemplo, o contato físico com infectados, pelo beijo, abraço, aperto de mãos, espirro, etc.
12) Profilaxia: praticar sexo protegido, uso de medicamentos antirretrovirais, desencorajamento de práticas como o uso de drogas injetáveis e compartilhamento de seringas, incentivo a testagem da presença do vírus. Ainda não foi desenvolvida uma vacina para esta doença.
13) Possui RNA positivo.
14) O aumento do número de casos da doença durante os anos 80 estigmatizou os portadores da doença. Uma foto que se popularizou na época foi a da princesa Diana da Inglaterra apertando as mãos de um portador, demonstrando que o contato físico com o portador não era uma das formas de transmissão da doença 
15) Causa a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).

o) Vírus da Dengue
1) Possui envelope viral.
2) Sintomas: os primeiros sintomas aparecem, no máximo, duas semanas após a infecção, dentre eles estão: febre, dor de cabeça, vômito, dores musculares e nas juntas e erupção cutânea. Em uma pequena parte dos casos, os sintomas podem evoluir para hemorragia, levando a uma redução no número de plaquetas e da quantidade de plasma no sangue. Além da hemorragia, também pode ocorrer uma pressão sanguínea perigosamente baixa.
3) É considerada uma doença endêmica no Brasil, porque atinge a população de regiões específicas
4) Tratamento: como não há tratamento específico para a doença, este consiste no alívio de seus sintomas por meio de medicação, como antitérmicos para a febre e analgésicos para as dores musculares. 
5) A doença é mais predominante nos continentes asiático e americano, principalmente nas regiões tropicais, aonde o vetor se reproduz mais intensamente. 
6) Pertence à família Flaviviridae.
7) A doença pode ser perigosa aos fetos pois pode provocar aborto espontâneo e parto prematuro, por exemplo.
8) Seu genoma tem 11kb (mil pares de bases).
9) É uma doença característica de regiões tropicais transmitidas por mosquitos.
10) Em 2019, foram registrados, no Brasil, cerca de 1,6 milhões de casos desta doença.
11) A doença causada por este vírus é transmitida pelo Aedes aegypti, que também transmite a febre amarela, a zika e a chikungunya.
12) Possui RNA positivo.
13) A falta de uma cobertura vacinal eficiente, o clima quente e úmido a predominância de ambientes urbanos são alguns dos fatores que levam à propagação do vetor e, logo, à propagação da doença.
14) Profilaxia: uma vacina para esta doença já está disponível, porém, esta não é recomendada para indivíduos que não tenham sido infectados ao menos uma vez pois, no caso de receber o vírus no futuro, o desenvolvimento da doença poderá ser até pior do que seria caso não houvesse recebido a vacina. Outra forma importante de prevenção é o controle da população de Aedes aegypti e evitar a sua mordida, o que pode ser realizado de diversas maneiras: evitar acúmulos de água parada, preencher vasos de plantas com areia, usar telas de mosquitos em casa, etc.
15) De acordo com a OMS, aproximadamente 390 milhões de pessoas são infectadas e cerca de 40 mil morrem por ano por causa da doença.

p) Vírus da Zika 
1) O vetor da doença é o Aedes aegypti, que também transmite a febre amarela, a dengue e a chikungunya. 
2) Seu genoma tem 10kb (mil pares de bases).
3) Surtos desta doença são mais comuns na Oceania, África, Ásia e América. 
4) No Brasil, a doença tem sido associada com a ocorrência de microcefalia em recém-nascidos pois suas mães estavam contaminadas pela doença.
5) Possui envelope viral.
6) A doença recebeu o nome da floresta de Uganda em que foi descoberta. 
7) Profilaxia: proteção contra mordidas de mosquitos (uso de telas, roupas com mangas compridas, uso de inseticidas) e eliminação de focos de reprodução dos mosquitos (evitar acúmulos de água parada, preencher vasos de plantas com areia, etc.). No caso de homens que tenham viajados para locais aonde a doença tenha sido relatada, é recomendado que aguarde 6 meses antes de voltar a ter relações sexuais. Já no caso de mulheres que tenham apresentado sintomas, é recomendado que aguarde 8 semanas antes de tentar conceber.
8) Uma das complicações associadas à esta doença é a síndrome de Guillain-Barré, em que o vírus afeta células do sistema nervoso, provocando dor e fraqueza muscular, que podem afetar os músculos respiratórios, dificultando a respiração do infectado.
9) Possui RNA positivo.
10) Ocorreu uma epidemia desta doença, concentrada no continente americano, entre os anos de 2015 e 2016.
11) Formas de transmissão: a transmissão da doença ocorre por meio da mordida da fêmea do mosquito Aedes aegyptis, que transfere o vírus para o sangue, transmissão sexual (como só foram encontrados, até agora, amostras do vírus no sêmen, acredita-se que só possa ser passado por homens), e transmissão vertical (de mãe para filho)
12) Sintomas: a doença pode ser assintomática. Em caso de sintomas, os mais comuns são: febre, conjuntivite, erupção, dores musculares e nas juntas e dor de cabeça. Além destes sintomas, a doença é associada a complicações neurológicas, como a síndrome de Guillain-Barré, assim como malformações no feto, principalmente a microcefalia. 
13) Tratamento: não há tratamento específico para este vírus. Para o alívio de sintomas, como a febre, por exemplo, é recomendado repouso e o consumo de líquidos. No caso de mulheres grávidas vivendo em regiões aonde a doença é transmitida deve procurar atendimento médico.
14) Pertence à família Flaviviridae.
15) Ainda não foi desenvolvida uma vacina para esta doença.

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